4 de janeiro de 2008

“era a festa dos Reis”



Na minha aldeia, o dia 6 de janeiro era muito festejado, era a festa dos Reis. Iam muitas pastorinhas com ofertas que depois se vendiam em leilão a favor da igreja. Iam também carros com ofertas a representarem diversas coisas da terra, todos enfeitados, quase todos de bois, pois que nesse tempo as camionetas eram poucas. E lá ia eu também com minhas aprendizas, máquina, vestidos pendurados, etc. Eu ia a bordar uma linda toalha. À minha frente ia o carro dos barbeiros, eu e as pequenas muito contentes a cantar.
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Costureiras do Oriente
Vamos todas a Belém
Adorar o Deus Menino
Mais a sua Virgem Mãe
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Costureiras do Oriente
Com sentimento profundo
Beijamos o Rei dos Reis
Que veio remir o mundo

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[…] de repente, os cavalos com os três reis passaram a correr, quando iam a discutir com o Herodes. Os bois dos barbeiros espantaram-se, puseram-se a correr, os espelhos partiram-se, etc. Enfim, o cortejo parou. Os bois do meu carro também aceleraram o passo. O rapaz que ia à frente deles fazia um grande esforço para os segurar e foi então que eu vi que um homem o estava a ajudar. Era ele (…)


Extraído de

Maria Nazaré Costa Maia, O Destino, Fevereiro 2002

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