O dia das eleições[1]
O pai do Rui almoçou cedo nesse dia, porque desejava ser dos primeiros a cumprir o dever de votar nas eleições para a junta de freguesia da sua terra.
– Não! – dizia ele para a mulher – não posso nem quero ficar indiferente perante um acto de que depende o progresso da nossa povoação. Os benefícios de que necessitamos, tais como a protecção à escola, o arranjo das estradas e caminhos, a abertura de fontes e a construção de lavadouros, só podem conseguir-se com uma junta de freguesia formada por pessoas aqui nascidas e criadas, que tenham amor a tudo que é nosso e sejam capazes de se sacrificar pelos interesses de todos nós.
Também nas eleições para a Assembleia Nacional, e até para as do Presidente da República, se manifestava sempre nele a vontade forte de intervir com o seu voto no bom andamento da administração pública.
A sua consciência, muito sã, levava-o a aceitar com a maior boa vontade todos os incómodos e sacrifícios, para que o País pudesse ser bem administrado.
...
[1] Livro de leitura da 3ª classe, Ministério da Educação Nacional, Ensino Primário Elementar, 4ª edição, 1958, Livraria Cruz - Editora, Braga (pg.150)
Sem comentários:
Enviar um comentário