13 de junho de 2005

EUGÉNIO DE ANDRADE PARTIU

Póvoa de Atalaia (Fundão) 19.01.1923 * Porto 13.06.2005

língua em que escrevo;
ou antes:
falo.
(in
Eugénio de Andrade, Rente ao Dizer)


Poeta laureado, lido e traduzido «sente que cumpriu o que lhe era exigido, como refere num dos seus textos: "Estou contente, não devo nada à vida e a vida deve-me apenas dez reis de mel coado, estamos quites, assim o corpo já pode descansar"». Assim dava conta o Jornal de Notícias quando da atribuição do Prémio “Vida Literária”/2000 da Associação Portuguesa de Escritores.


Registe-se que Póvoa de Atalaia (Fundão) dispõe de uma exposição dedicada ao seu conterrâneo Eugénio de Andrade (José Fontinhas), onde se pode ler:

O lugar da casa


Uma casa que nem fosse um areal

deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino:
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia.”

A partida de Eugénio de Andrade abre a porta para a divulgação da sua Poesia. Haja vontade de o fazer.

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