29 de novembro de 2012

ROSA DO SACRISTÃO – Crónica de vida, Mulher de sete ofícios.



Rosa dos Anjos Domingues
83 anos (nasceu a 4-01-1929)
reside no centro de Bustos.
Pai - Manuel Francisco Júnior.
Mãe - Maria Domingues.
Tinha 6 irmãos.

O seu Pai era sacristão.
A Rosa sempre ajudou o pai, tanto na igreja velha, como na nova.
A igreja velha, sem luz, servia-se de uma vela.
É catequista há mais de 60 anos.


Lembra-se dos padres com que trabalhou:

1 - Padre Eduardo Melo (Águeda). Tinha um cão chamado Jagodes.

2 – Padre João Batista. (S.to António de Vagos, Lameiro), vivia no Troviscal com uma irmã e andava de bicicleta. É o Padrinho de batismo do irmão Tiago.

3 – Padre António Gonçalves (Mogofores), vivia no Troviscal. Era amigo de todas as pessoas. A freguesia estava a crescer. A ideia dele era fazer uma igreja nova, ainda compra uns  terrenos junto à igreja velha. O povo de Bustos queria que ficasse, mas pertencia à paróquia do Troviscal.

4 – Padre António Henriques Vidal (Valongo do Vouga). Esteve 23 anos em Bustos. Tomou a iniciativa de fazer uma igreja nova, a antiga não tinha condições, procurou vários sítios, os terrenos de MANUEL FRANCISCO ERAM A MAIORIA NA IGREJA NOVA. O Padre Vidal foi o mentor da ideia, o seu pai tinha um terreno onde se encontra a casa paroquial onde fez uma doação para a igreja.
Três Bustuenses, de seus nomes Manuel António Pereira, Manuel Simões Ferreira e Amaro Simões Ferreira assinaram letras bancárias para custear as obras (1).

O Padre Vidal angariou fundos na América, na Venezuela, nos cortejos dos Reis, na campanha das batatas, …, era pessoa dinâmica, conhecia todas as pessoas pelos seus nomes, gostava da festa do S. Lourenço. A sua criada  Isaura fazia a comida e cozia o pão para os pobres e para os trabalhadores das obras da igreja; o Padre Vidal quando se deslocava de noite da igreja velha para a sua residência na Póvoa, um dia começaram a aparecer panfletos chamando-lhe Morcego, não ligou importância nenhuma. Era muito bom padre. Todas as sextas feiras visitava os doentes católicos ou não, era muito amigo dos pobres e trabalhador, visitava os ciganos e as pessoas que estavam em casas de acolhimento.

Padre Manuel Teixeira, bom a discursar, tinha problemas de visão. Esteve 7 anos em Bustos.

Padre Capela (concelho de Vagos) esteve 3 meses. Era já idoso e bem disposto. Teve doença grave.

Padre Mário, Troviscal - 3 anos; estava na América. O povo de Bustos gostava muito dele. Mas não pode ficar, regressou aos Estados Unidos.

Padre Arlindo da Rocha Valente, 25 anos. Veio de Monsarros (Anadia). Não queria vir, mas o bispo exigiu. É trabalhador e um bocadinho fechado, mas está doente. Acho que mereceu a homenagem que lhe foi feita.
Rosa Domingues (orfeonista) - na procissão de São Lourenço
Sem deixar críticas a todos os padres que por cá passaram, o Padre Vidal foi o melhor. Era impulsivo. Bustos deve-lhe uma  justa e grande homenagem.

Palavras sentidas de Rosa Domingues.

Um dia, o Padre Vidal visitou Bustos e ficou muito triste com a construção da casa paroquial onde se encontra, e até ofereceu 100 contos para a deitar abaixo.

Esta grande senhora, Rosa Domingos, ainda conduz trator trabalha na agricultura, desde criança, tem dois teares de fazer tapetes, um dia fez um para o seu pai se ajoelhar na igreja.


  
continua a cativar as crianças, só fez um curso de preparação na Borralha para dar catequese ainda no tempo do Padre Vidal. Agora o sistema de ensino é diferente.

 Irmãs Olinda e Rosa. Durante a conversa.
Sorriso de simpatia paira à sua volta.
Um obrigado, por estas linhas. 
Saúde e um bem haja. 

Bustos deve-lhe um justa homenagem, em vida.
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(1) em tempo: além dos nomes indicados que assinaram as letras existiram mais pessoas a assina por exemplo: o pai do padre Vidal;  Manuel Francisco Júnior e Manuel Vieira.
comparticipação de sérgio pato

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