30 de setembro de 2010

IDIOSSINCRASIAS DO PODER POPULAR

Antes de mais e como consta da convocatória subscrita pela respectiva Presidente (a afável e sensata Áurea Simões), assim que o novo relógio da nossa bonita igreja bater as 20H30, a freguesia passa a reunir os seus eleitos mais diletos - os membros da Assembleia de Freguesia de Bustos.
Já agora, segue a respectiva
ordem de trabalho:

A) Aprovação da acta da reunião anterior
B) Período «antes da Ordem do Dia:
1. Actividades da Junta de Freguesia
2. Outros assuntos de interesse para a Freguesia
C) Ordem do Dia:
1. Análise e votação da 1ª Revisão do Plano Orçamental do ano económico  de 2010 e respectivo PPI [Plano Plurianual de Investimentos].
D) Período de intervenção aberto ao público.

Para quem ontem à noite assistiu a idêntica reunião da Assembleia Municipal e passe algum exagero, é fácil de prever o que espera os bustuenses: 
A) A situação defenderá a sua dama com unhas e dentes, convertendo algumas mentiras ou meias verdades em verdades divinas, tudo com algum gozo de permeio, este facilmente explicável porque às vezes as oposições se esqueceram de fazer o trabalho de casa, o que, por arrastamento, explica a desnecessidade dos situacionistas se preocuparem com o dito trabalhinho doméstico, coisa que também muitos poucos fazem;
b) As oposições apontarão o dedo às falhas de actuação do executivo, ao prometido que devia ser de vidro e, sobretudo, à sofreguidão do poder em avocar (para não dizer abocanhar) o que é património da comunidade, porque a todos e a cada um de nós pertence, que isto de amos e senhores feudais foi próprio duma idade das trevas que se deveria bastar pelos livros de história.

E eis que chegámos às idiossincrasias, palavra do dicionário muito do gosto do nosso comendador local e que representa as particularidades temperamentais e outras que tais que cada um de nós carrega.
Para quem há muito deixou de ir à "catequese" partidária, é um enlevo observar o espírito idiossincrático dos deputados locais e nacionais, situacionistas e oposicionistas.
Duma coisa deixei de ter dúvidas: se fossem as oposições a estar no poder, mudariam os nomes, mas não mudariam as políticas.
Lanço mesmo a suspeita de que as mudanças seriam para muito pior...
___
Imagem extraída de "Lucky Lucke - O 20º de Cavalaria", dos imorredouros Morris & Goscinny.

4 comentários:

  1. Anónimo10:44

    Tem razão. Isto está tão mal que não faz sentido nenhum mudar. Faz lembrar um ditado urbano que reza assim: mais vale ter um par de cornos que um cancro.

    Bem, para animar vejam este video do youtube.

    http://www.youtube.com/watch?v=BvFz1QWhLok

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  2. Anónimo22:17

    Afinal aquilo foi tão mau que o lider de bancada do poder ameaçou bater com a porta por mnão se fazer nada nesta vila

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  3. - Ao anónimo das 10H44:
    Uma coisa é a inevitabilidade da mudança; outra é percepcionar que apenas irão mudar as moscas.
    - Ao das 22H17: apenas estive na 1ª reunião da sessão da As. Municipal.
    Como não assisti à 2ª, não estou a par da novidade.
    Admira-me, tal a irredutibilidade do poder, que tudo faz bem, não erra e raramente se engana.
    O costume, na província e na capital...

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  4. Anónimo18:06

    Mas o que está mal afinal?

    Será a Câmara Municipal?
    Será a Junta de Freguesia? ou será a propria oposição?

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