Eles vão chegar de todo o país e alguns do estrangeiro para participar na prova de barcos e carros fotovoltaicos, iniciativa do Instituto de Promoção Social da Bairrada, em Bustos.
O Instituto de Promoção Social da Bairrada, em Bustos, Oliveira do Bairro, através do seu “clube das energias renováveis”, está a preparar o Grande Prémio (GP) Frei Gil, uma competição de barcos e carros fotovoltaicos que decorrerá em Junho próximo. Várias equipas de norte a sul do país já estão inscritas, e os promotores esperam este ano a internacionalização do evento, com a entrada de ingleses e espanhóis na prova. A pista, construída nas suas instalações, acolhe já ensaios dos protótipos que estão a ser construídos pelos alunos de diferentes níveis de ensino, no âmbito das actividades extra-curriculares. É uma forma de os entusiasmar para as matérias que vão sendo leccionadas nas aulas, de cultivar o espírito de equipa, e de os sensibilizar para as questões ambientais. “Estes contextos mais informais de ensino são essenciais para os alunos perceberem que o que estão a aprender na escola tem aplicação prática e não morre nos livros e nas carteiras”, comentou à Lusa André Moreira, um dos professores envolvidos no projecto. Praticamente toda a escola está mobilizada para a realização do Grande Prémio, que este ano vai ter interesse acrescido devido à participação de equipas estrangeiras. A ideia nasceu do concurso nacional “padre Imalaia”, que durante três anos acabou por gerar um movimento nacional de escolas que foram aderindo à energia solar, tanto na construção de fornos como de colectores solares e também de carros e barcos fotovoltaicos.
Com o fim do concurso, o Instituto de Promoção Social da Bairrada resolveu não deixar morrer esse entusiasmo e criou o Grande Prémio Frei Gil, que já vai na terceira edição, e construiu uma pista para carros e outra para barcos, seguindo o modelo das pistas da Austrália, “que está na linha da frente na energia fotovoltaica aplicada ao ensino”. “O objectivo mais lato é a promoção da energia solar e mostrar aos miúdos e à comunidade escolar envolvida que funciona, não é um mito, e que a energia solar pode pôr as coisas a mexer. Para além disso há a parte da competição: o importante é participar, mas toda a gente quer ganhar e trabalhamos para ter o carro ou o barco mais eficaz, capaz de ganhar o escalão em que está incluído”, explica André Moreira. A prova é dividida em três escalões: até ao 2.º ciclo, 3.º ciclo, e secundário e escolas profissionais, aumentando a exigência consoante a idade e o nível escolar em que estão inseridos. “No escalão A(1.º e 2.º ciclos), fazemos uma exigência mais simples que é a de os protótipos serem construídos com base na reciclagem de embalagens, como garrafas para os barcos, porque flutuam com facilidade, ou caixas de detergente nos carros, e é dada pontuação ao número de elementos reciclados que os protótipos incorporam. No escalão B há uma área maior de painéis que vai gerar mais energia e os motores têm de estar adaptados, e há outros elementos que entram em jogo como a segurança do “condutor”, que no caso são ovos e que terão de chegar intactos, caso contrário haverá penalizações. Por isso não podem atingir velocidades excessivas e podem ser usados já circuitos electrónicos, com a ligação em paralelo ou em série, conforme a luz solar disponível, ou seja, o grau de exigência vai aumentando”, descreve.
O GP Frei Gil vai decorrer a 10 de Junho, estando já confirmadas 18 equipas, mas a organização conta atingir 60 a 70 unidades. “Além de equipas de norte a sul do país, este ano contamos com equipas inglesas e estamos a ter contactos com equipas da Galiza, Espanha”, disse à Lusa André Moreira.
António Jorge Pires/Lusa
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