Pela oportunidade do momento em que grandes ou pequenos negócios relacionados com a construção civil são alvo de investigação para esclarecimento ou para aumentar o arsenal de arremessso para uso eleitoral, e porque o Dia de Bustos'09 merece se assinalado com algo que o dignifique, NB edita parte do ensaio assinalado.
Com a devida vénia segue a transcrição:
(1ª parte)
"ALCIDES FREITAS - IMAGEM DE INTEGRIDADE E EFIC I Ê N C I A
Nem sempre se dá valor, em Portugal, à irrepreensibilidade ética, nem sempre se valorizam a competência técnica e a incorruptibilidade, pelo nonos no nível em que, muitas e muitas vezes, se projecta a parlapatice politiqueira, se valorizam o trapezismo e o mistifório pandilha. Assim, quando num jornal estrangeiro, — para o caso, The Sacramento Bee, de Sacramento, capital do Estado da Califórnia, – a 14 de Março [1993], sobre Alcides Freitas, um português da nossa região, apareceu, em Título, a quatro colunas, "Praise for official who stood up to pressure" e, em outra página, também a quatro colunas; o subtítulo "Freitas: Praised for injecting some restraint into boom years", sentimo-nos invadidos por um íntimo júbilo: por um lado valoriza-se o que nem sempre é valorizado; por outro, — e o júbilo é redobrado, — é do estrangeiro, enfim, dos os Unidos da América, que nos chegam estas e as palavras de louvor, em longo apontamento de Kathryn Doré Perkins, que recolhe ad hoc vários testemunhos, opiniões e juízos de individualidades altamente colocadas.
Nem sempre se dá valor, em Portugal, à irrepreensibilidade ética, nem sempre se valorizam a competência técnica e a incorruptibilidade, pelo nonos no nível em que, muitas e muitas vezes, se projecta a parlapatice politiqueira, se valorizam o trapezismo e o mistifório pandilha. Assim, quando num jornal estrangeiro, — para o caso, The Sacramento Bee, de Sacramento, capital do Estado da Califórnia, – a 14 de Março [1993], sobre Alcides Freitas, um português da nossa região, apareceu, em Título, a quatro colunas, "Praise for official who stood up to pressure" e, em outra página, também a quatro colunas; o subtítulo "Freitas: Praised for injecting some restraint into boom years", sentimo-nos invadidos por um íntimo júbilo: por um lado valoriza-se o que nem sempre é valorizado; por outro, — e o júbilo é redobrado, — é do estrangeiro, enfim, dos os Unidos da América, que nos chegam estas e as palavras de louvor, em longo apontamento de Kathryn Doré Perkins, que recolhe ad hoc vários testemunhos, opiniões e juízos de individualidades altamente colocadas.
Alcides Freitas, diz-nos Kathryn Perkins, chega aos Estados Unidos, ido de Aveiro, com vinte e um anos. Aí, frequente o Sacramento City College e faz a graduação em Planeamento Regional e Urbano na Universidade de Berkeley. Mas as primeiras palavras do apontamento de Kathryn Perkins são:
"Integridade não é uma palavra que se oiça muito, nos dias de hoje, ao referir gente que desempenha cargos públicos. A medida que as coisas azedaram, da economia até às ruas, os administrativos tornaram-se alvos populares do descontentamento nacional. Então aparece Alcides Freitas, que vai aposentar-se este mês [o mês de Março], como figura de topo do Departamento do Ambiente de Sacramento. Quando questionam críticos e apoiantes acerca de Freitas, sobre a maneira como desempenhou as suas funções anos setenta e oitenta, a palavra é integridade.
"Integridade não é uma palavra que se oiça muito, nos dias de hoje, ao referir gente que desempenha cargos públicos. A medida que as coisas azedaram, da economia até às ruas, os administrativos tornaram-se alvos populares do descontentamento nacional. Então aparece Alcides Freitas, que vai aposentar-se este mês [o mês de Março], como figura de topo do Departamento do Ambiente de Sacramento. Quando questionam críticos e apoiantes acerca de Freitas, sobre a maneira como desempenhou as suas funções anos setenta e oitenta, a palavra é integridade.
Freitas, com cinquenta e quatro anos, é um tanto ou quanto evasivo no que concerne aos motivos por que deixar o seu cargo de setenta e quatro mil dólares/ano, retirando-se no auge do poder e consideração profissionais. Fala de uma carência de Idealismo e de cinismo. Alude a impedimentos e ao passatempo nacional de se atacarem os elementos da Administração Pública".
Alcides Freitas, — o Al, como é também referido, com um diminutivo carinhoso e familiar, íntimo como hipocorístico, — diz à jornalista:
“Já não sou tão paciente como costumava e não tem graça nenhuma trabalhar para a Administração, agora.”
No corpo do artigo, sob o título já citado em Inglês e que poderíamos traduzir livremente, por “Louvor a um homem que, no seu cargo, se manteve firme em relação a todas as pressões”, são de Bob Smith, Chefe do Executivo, algumas palavras que não poderiam deixar de ser destacadas. Depois de sublinhar que não se dava a investigar as razões da retirada de Freitas, acentuou que a sua saída do Executivo era "uma tremenda perda". O que sobressaí em Alcides Freitas, disse, "é a sua integridade" e a reputação que ele construiu, protegendo o seu trabalho da influência de interesses, dentro e fora da Administração”.
Alcides Freitas empenhou-se, lemos, em dar ao corpo de supervisores e ao público uma visão imparcial das consequências ambientais dos planos de desenvolvimento.
“Apesar de empresários da construção civil, ambientalistas e políticos haverem detestado por vezes a sua mensagem e contestado as suas conclusões, todos eles dizem que nunca duvidaram dos seus motivos nem subestimaram a sua influência. Bob Bell, um dos grandes empresários, afirmou que ele, Alcides, nunca tomara o partido de ninguém e chamava aos bois pelos seus nomes. “Eu”, afirma Bell, “nem sempre ficava satisfeito com o que ele dizia: não era de modo algum, um dos homens de mão dos construtores”. Mas, acrescenta, “podia contar-se com o Al em questões de lealdade”.
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(c0ntinua para 2)
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