4 de outubro de 2008

Loures impõe a República no dia 4 de Outubro' 1910.

Breves do filme que mudou o regime:

3 de Outubro,
É assassinado no Hospital de Rilhafoles, o Dr. Miguel Bombarda, uma dos mais prestigiados republicanos.
A notícia provoca uma onda de indignação que agitou Lisboa:
“Mataram o Dr. Bombarda. Espalha-se na cidade que foram os padres que instigaram um tenente a assassiná-lo. É falso, mas há correrias no Rossio e o “Portugal” foi apedrejado. Toda a gente acredita num crime planeado, toda a gente se insurge contra o facto brutal – toda a cidade republicana se transforma num vulcão. No Rossio juntam-se grupos de gente taciturna e desesperada: – Mataram-no! Mataram-no! – ouve-se.”
(Belino Costa, MEMÓRIA: IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA, 4 de Outubro, 1910, NB, que cita Raul Brandão, Memórias, vol. II.)

Às 20H00, o Vice-Almirante Cândido dos Reis, Afonso Costa, António José de Almeida, José Relvas, João Chagas, Eusébio Leão e outros reúnem-se e marcam o início da revolução para a 1 hora da madrugada com uma salva de 31 tiros vindos de vasos de guerra fundeados no rio Tejo.

4 de Outubro
1H20 houve-se tiros, não os 31 do sinal do início da operação que gera a confusão e o grosso dos militares revoltosos debandam. Perante, a chegada de informações desmoralizadores, o Vice-Almirante Carlos Cândido dos Reis suicida-se.

Machado dos Santos assume o comandao da força revolucionária. Vence as tropas monárquicas comandadas por Paiva Couceiro. Entra na História com o título de Herói da Rotunda.

Loures na Memória da República
4 de Outubro de 1910 aqui

“Quando na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910 se ouviu na Calçada de Carriche o troar dos canhões, para os republicanos de Loures era já a certeza do derrube da monarquia.”

No Centro Escolar Republicano, situado no Largo do Chafariz, actual Largo 4 de Outubro, reúnem-se Augusto Moreira Feio, farmacêutico; Manuel Marques Raso, padeiro; Jacinto Duarte, operário da Câmara Municipal; José Joaquim Veiga, escrivão das Finanças; Joaquim Augusto Dias, comerciante; António Rodrigues Ascenso, ourives e relojoeiro; José Paulo Oliveira, comerciante e regedor; José Ferreira Cleto e outros cidadãos, esperando o desenrolar dos acontecimentos.
Com a população reunida às 15 horas no Largo do Chafariz, os oito homens nomeados para constituir a Junta Revolucionária saem do Centro e dirigem-se aos Paços do Concelho na Rua Azevedo Coutinho, actual Rua da República, n.º 70.
Ocupado o edifício, é hasteada, pela mão de Joaquim Augusto Dias, uma bandeira com as cores republicanas – o verde e o vermelho. Junto ao estandarte improvisado, a Junta Revolucionária declara, pela voz de Augusto Moreira Feio, a implantação da República em Loures: “Com os olhos da alma fitos na redenção desta Querida Pátria, aviltada pela decrépita e corrupta monarquia e aderindo entusiasticamente à revolução republicana que então lavrava em Lisboa, (...) resolveram tomar posse imediata das Repartições Públicas do Concelho auxiliando, por este acto, a implantação da República em Portugal, pela qual estava e estão firmemente decididos a sacrificar até à última gota de sangue.”

A Oliveira do Bairro, a “República chegaria com atraso de dois dias” (Armor Pires Mota, Em Busca da História Perdida, Edição da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, 1997).
Obs. Merece uma (re)leitura as edições de BC dos dias que mudaram o regime publicadas em NB a 4 aqui, 5 e 6 aqui e 13 aqui de Out,1910.

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