Martinho Ferreira Martins nasceu na Feiteira do Troviscal a 20 de Abril de 1919 e foi hoje a enterrar na terra que sempre amou e onde, durante 70 anos, ensinou gerações de jovens ansiosos por aprender música. Foram muitas as centenas de crianças e jovens que com ele deram os primeiros passos na música.
Vale a pena citar Silas Granjo, na homenagem prestada em 30/4/2011 aos famosos PERÚS e ao seu fundador, Martinho Martins:
"Descendente de família numerosa e de modestos recursos económicos, Martinho Martins pertenceu, com o seu pai e irmão Floro, à antiga Banda do Troviscal, então regida pelo Professor José de Oliveira.
Desde muito novo ingressou nos quadros da Banda Infantil, tendo transitado, muito rapidamente, para a Banda Sénior, devido ao espectacular desenvolvimento musical que obteve em tão curto espaço de tempo.
Os instrumentos musicais que aprendeu foram o clarinete e o saxofone, sendo neste último que mais viria a notabilizar-se, quer pela sua qualidade sonora ou pela rara capacidade virtuosista da execução.
Em 1931, vários músicos quase todos oriundos da Banda Infantil, organizaram-se e criaram uma orquestra-jazz, “Os Perus”, que muito viria a contribuir para dar continuidade às ricas tradições desta terra, e levar, praticamente a todo o País, o nome do Troviscal.
Os fundadores foram: Manuel Ferreira Júnior, chefe do grupo e bombardino; António Martins, contrabaixo; Eleutério Mota, flauta, António Rato, clarinete; Manuel Rato, trombone; Fausto Mota, clarinete; Mário Martins, trompete; Jaime Borras, baterista. Ensaiavam na Assembleia Republicana e as primeiras actuações também lá tiveram lugar.
A orquestra derivou o seu nome do facto de, numa das suas primeiras apresentações, ainda sem uniforme, se apresentarem todos os seus elementos de lenço tabaqueiro ao pescoço, preso, a maneira de nó, por um invólucro de caixa de fósforos, como era usual os jovens fazerem naquele tempo. Alguém comentou: “Parecem perus!”, e os rapazes aproveitaram a deixa.
Martinho Martins ingressou, desde muito novo neste agrupamento e nele permaneceu durante toda a sua vida activa, o que atesta, por si só, a grande paixão a que sempre se dedicou devotadamente.
Martinho Martins ingressou, desde muito novo neste agrupamento e nele permaneceu durante toda a sua vida activa, o que atesta, por si só, a grande paixão a que sempre se dedicou devotadamente.
Os Perús em 23/6/1951
Ao longo da sua brilhante carreira, Martinho Martins animou, com o seu insuperável saxofone e a sua orquestra, os mais variados festejos e bailes, um pouco por todo o lado, desde as mais modestas colectividades até às mais exigentes e requintadas salas de espectáculo.
Em 1953, Martinho Martins participou e ganhou o 1o Prémio do Concurso realizado no Teatro Avenida, em Aveiro, organizado pela companhia itinerante denominada “Companheiros da Alegria”, ligada às produções do ex-Rádio Clube Português, com apresentação do ex-locutor, Igrejas Caeiro.
Pelo que realizou, no plano musical, o seu nome constitui uma referência obrigatória, um modelo de talento e dedicação à Música que jamais deverá ser olvidado."
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- Fotos de Silas Granjo, a quem o NB muito agradece.
Martinho Martins é indicado como um dos fundadores dosPerus mas depois na foto não aparece identificado.
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