Ia e vinha
E a cada coisa perguntava
Que nome tinha.
Sophia de Mello Breyner Andersen, Coral, 20 anos de poesia portuguesa. Org., prefácio e notas de Pedro Tamen, círculo de poesia, Moraes editores (pg.222), Lisboa. 1977
(...)
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha.
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada; serviu-se dela,
não deu por nada.
(...)
António Gedeão, Calçada de Carriche, Poesias completas (1956 - 1967), (p. 117), Portugália, 7ª edição. 1978.
(...)
Nossa voz gemendo, sacudindo sacas imundas,
nossa voz gorda de miséria,
nossa voz arrastando grilhetas
nossa voz nostálgica de impisñossa voz África
nossa voz cansada de masturbação dos batuques de guerra
nossa voz negra gritando, gritando, gritando!
Noémia de Sousa, Nossa voz (dedicado Ao J. Craveirinha), 50 Poetas, Obras de Manuel Ferreira, Plátano Editora,pg.351, Plátano Editora, 2ª edição, 1997.
descalça ia leonor. ia àfonte leda efria.
ia lesta &ia. corria. leonorapenasia.
pela aragem fria. pela manhãía. sorria &ia.
leonoria. leonorana leonoria. anaía bela &ia
(...)
Ana Harherly, Leonorana, Variação VII. 20 anos de poesia portuguesa. Org., prefácio e notas de Pedro Tamen, círculo de poesia, Moraes editores (pg.218), Lisboa. 1977.
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as imagens foram emprestadas por PDP
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