2 de abril de 2010

B ...JUNTA DE FREGUESIA DE BUSTOS PRESTOU TRIBUTO A CORRELIGIONÁRIO

A galeria dedicadas aos antigos Presidentes da Junta de Freguesia de Bustos abre com a fotografia de Jacinto Simões dos Louros e fecha com a de Manuel da Conceição Pereira (Presidente durante três mandatos consecutivos).

Jacinto Simões dos Louros, o primeiro activista da criação da Freguesia de Bustos e o primeiro Presidente da Junta, o defensor da cidadania veiculada pela cultura republicana, bem merecia que fosse evocado em busto colocado no hall de entrada do edifício da Junta de Freguesia
E que boa companhia teria se ao lado houvesse um busto do Dr. Manuel dos Santos Pato?
Em nove Maio próximo, acontecerá efectivamente o nonagésimo aniversário da implantação da Freguesia de Bustos data da primeira eleição da Junta de Freguesia de Bustos. Nove de Maio’2010 cai a um domingo. Evocar as prestigiadas Figuras de Jacinto Simões dos Louros e de Dr. Manuel dos Santos Pato no nove de Maio de 1920 poderá acontecer o pagamento de uma dívida, sucessivamente adiado.

mentira do 1 de Abril.

A inscrição da abreviatura «Eng.» antes de Manuel da Conceição Pereira, por certo, não terá sido um acto do novo executivo da Junta de Freguesia de Bustos prestar tributo ao seu correligionário.

Entretanto são apresentados alguns elementos que atestam a suposta imprecisão inscrita na legenda da fotografia oficial que é da responsabilidade do actual executivo autárquico.
O Jornal da Bairrada (28.08.1971) (1), na sua local Malhapão titulava “NOVO AGENTE TÉCNICO DE ENGENHARIA” e informava: “Acabou o curso de Electrotecnia e Máquinas o agente técnico de Engenharia Manuel da Conceição Pereira,…”
O Decreto-Lei n.° 830/74, de 31 de Dezembro, ao criar dos Institutos Superiores de Engenharia, consequentemente extinguiriia os Institutos Industriais e o título de «agente técnico de engenharia».

O ponto 3. do intróito deste decreto justifica a equiparação a bacharel (2). O art.3º do decreto explicita a atribuição do grau de «Engenheiro Técnico».
O popularizado tratamento verbal de «engenheiro» não pode ser a escorregadela para cair num documento oficioso exposto em cerimónia do "Dia de Bustos'2010" no salão da Assembleia de Freguesia de Bustos
Sendo Manuel da Conceição Pereira um corredor de fundo na política local, não se compreende que pareça conviver mal com as suas prestigiadas habilitações académicas.

(1)Consulta efectuada através do projecto “bibRia – Biblioteca Digital dos Municípios da Ria
(2) Centro de documentação 25 de Abril Universidade de Coimbra aqui
Nota: Não tendo perdido actualidade, pode ser consultado:
COMUNICADO DA ANET ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS À COMUNICAÇÃO SOCIAL
aqui
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sérgio micaelo ferreira

6 comentários:

  1. Anónimo23:04

    Gostaria de saber se no exemplo dos advogados que, na sala de audiência se tratam uns aos outros por doutores, são de facto detentores de um doutoramento ou se são na realidade licenciados.
    E se os licenciados em engenharia, em cursos reconhecidos pela ordem dos engenheiros, são de factos engenheiros caso nunca se tenham inscrito na ordem.

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  2. Anónimo22:46

    Afinal não custa nada.Nem dá dor! É só escrever Engenheiro Técnico e fica reposta a VERDADE!

    A VERDADE INCOMODA QUEM?

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  3. Anónimo23:38

    Certos ou errados, os dizeres populares valem pela sua autenticidade, pela História e pelas estórias que carregam.
    Em Portugal nunca houve - nem há - correspondência entre as designações populares de títulos académicos e o grau académico efectivo dos seus detentores. Faz parte na nossa cultura, esteja isso certo ou errado (sendo a última a opção que defendo...). Até Bolonha, havia bacharelato (bacharel), licenciatura (licenciado/a) e doutoramento (doutor/a). Aparecem ainda títulos honoríficos sob alçada da cátedra, jubilato,... pouco importa. Curiosamente, neste contexto, maior parte dos médicos nunca auferiria do título de doutor. Mas é uma situação diferente, dir-se-ia... Pois. E alguém morre por isso? O exercício de uma actividade pode requerer determinado grau académico. Mas o que realmente conta é a dignidade com que essa actividade se exerce. Os títulos são certificados de competências para entrar em determinados escalões de responsabilidade/rendimento e não passam disso. O estatuto é (devia ser) fruto de uma postura. No entanto ainda temos enraizados hábitos antigos, dos tempos do Sr. Dr. Fulano Tal. Não há maldade nisto – haverá uma permissividade inocente e inconsequente do Povo. Claro que há. Há doutores (dos verdadeiros Doutores, que têm doutoramento) que assinam documentos com Professor Doutor X, coisa que nem existe! Uns fa-lo-ão porque precisam de se distinguir dos falsos Dr. no livro de cheques (os que são licenciados), ou aproveitam-se disso para tentar sacar dividendos, impressionando os vassalos. Creio que a maior parte fá-lo-á porque é “uma força de expressão”! Outros, verdadeiros(as) Senhores(as), deixam a excelência (ou ausência) das suas habilitações académicas no armário do esquecimento e dedicam-se a PRODUZIR. Gosto desses indivíduos – e temos alguns por perto. Sinceramente acho bem mais saloia a presunção da moda de MA e PhD em documentação escrita em português, relativa a valências adquiridas em Portugal – isso sim é uma diarreia fora do contexto da nossa cultura popular! Estamos numa aldeia global senhores! Ainda que “academicamente” sejamos uma Vila!
    No caso concreto, não sei se posteriormente ao grau anunciado pela notícia (quanto trabalho terá dado esta pesquisa?) terá havido alguma formação académica posterior ou não. Nem me interessa. Engenheiro não é título académico - é uma área de actividade profissional. Exerce-se engenharia. Bacharel em Engenharia? Seja.
    Mas, já agora, por curiosidade apenas, gostava de saber qual foi o DOUTORAMENTO que o DR. Manuel dos Santos Pato tirou.
    Já sei: naquele tempo era diferente! Pois era! Não era à toa que Bustos tinha a projecção que tinha: independentemente da sua condição, as pessoas dedicavam o seu tempo a PRODUZIR e o DR. Manuel dos Santos Pato foi um deles.
    É tempo de mudar!

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  4. Anónimo12:02

    Em Portugal há muitos doutores, mas poucos são os doutores.
    o sr. engenheiro não é Eng.e a sala onde está afizado não é a dos "dizeres populares" é, sim a dos eleitos. Dr. (lê-se doutor) situa o grau de licenciatura. Culpe-se as universidades clássicas por terem criado esta abreviatura.

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  5. Anónimo22:13

    Para o comentarista que reclama a mudança para dar brilho ao faz de conta que é “Eng.” M. Pereira.
    1º O sr. Manuel da Conceição Pereira não deve sentir-se bem com o faz de conta que vem na caixilharia do retrato esposto
    2º A autarquia não deve publicitar o que não é. Até porque o presente presidente diz que não vai em conversas do diz-se. Mas em fatos.
    3º a verdade não dói, por mais algumas cadeiras de engenharia que o dito sr. «engenhero» tenha tirado.

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  6. Anónimo13:49

    O Papa Gregório IX através de bula endereçada a D. Fernando autoriza a Universidade a atribuir os graus de bacharel, licenciado e doutor.

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