4 de julho de 2006

QUINTA NOVA RECEBEU A PRIMEIRA ESTAÇÃO- TELÉGRAFO - POSTAL


CORREIOS
A primeira Estação – Telefone – Postal foi instalada na Quinta Nova, na casa do sr. Augusto Simões da Costa, a seu pedido e sob a sua orientação, teve como carteiro o sr. Alexandre, natural da Palhaça, que ia à Quinta Nova todos os dias úteis buscar e trazer a correspondência, e na Palhaça e em Bustos a distribuía, deixando-a nas caixas do correio, ou nas casas para isso autorizadas.

Foi fundada em 1922 e permaneceu na Quinta Nova até Maio de 1927.

Nesta data, a pedido do sr. Manuel Francisco Rei, Presidente da Junta de Freguesia e de outras individualidades, foi transferida oficialmente para Bustos, e ficou instalada na pequena sala da senhora Maria Tribuna, onde outrora foi sla de aulas, a que noutro lugar faço referência. No entanto, só a 1 de Janeiro de 1928 começou a funcionar como Estação – Telefone – Postal, usando o sistema morse[1].

Pouco tempo depois, mudou para uma velha sala onde existe o actual correio e a seguir para uma sala de Joaquim Tribuna, onde teve uma taberna enquanto o edifício do Correio esteve em construção, a qual foi inaugurado e 8 de Agosto de 1956.

Como disse, foi primeiro carteiro na Quinta Nova e em Bustos o sr. Alexandre, da Palhaça, sendo substituído pelo sr. Miguel Ruivo, também da mesma freguesia, que aqui fez serviço até 1954.

(Merecem a nossa homenagem os bustoenses que à causa da construção do Correio se sacrificaram com dinheiro e trabalho.
Foram eles: Dr. Manuel dos Santos Pato, Manuel Francisco Domingues, Manuel Joaquim de Oliveira Sérgio, Manuel Reis Pedreiras, Vitorino Reis Pedreiras, Manuel Nunes Pardal, Albano Tavares da Silva e Herculano Silva).

Durante muito tempo era o sr. Pataco, de Oliveira do Bairro, que vinha a pé daquela vila, com a correspondência, que deixava pelas caixas postais de Oiã, Palhaça, Bustos, Mamarrosa e Troviscal.

Os proprietários das lojas onde estavam as ditas caixas do Correio, tínhamos selos que vendiam para toda a correspondência e eram responsáveis pelo bom funcionamento do Correio.

Os benquistos Carteiros ainda em serviço desde 1954, há precisamente 30 anos, são o Manuel Reis, do lugar de Paradela, concelho de Águeda e o Manuel Martins, também conhecido por Manuel Serralheiro, por ter sido serralheiro com o seu pai, tendo nascido na Póvoa de Bustos e vive com sua esposa e filhos na Mamarrosa.

Ambos merecem os nossos louvores!

Antes e depois da inauguração do actual Correio foi Chefe a srª D. Maria Armanda L. Belo, senhora muito dedicada que em Bustos se casou, a quem foi oferecida uma arca em prata com os nomes das pessoas que a ofereceram.

Com a dita Senhora, na casa do sr. Tribuna, iniciou os seus serviços a 13 de Abril de 1956 o actual Chefe e meu bom amigo sr. Eduardo Santos, que vive com os seus familiares no 1º andar do Correio – o único edifício que pertence ao Estado, porque todos os edifícios dos correios das freguesias do Concelho, são particulares.

Até ao dia 1 de Novembro de 1958, existiu um giro que servia Bustos e Mamarrosa, não percorrendo todas as ruas. Também servia Penedos e Malhada, mas por intermédio de uma mala conduzida pela sr.ª Carolina, que era levada do posto de Mamarrosa, da casa do sr. Manuel Martins, mais conhecido pelo sr. Manuel da Agostinha onde tinha taberna, e o sr. Eng. Octávio Pato tem agora sua casa, e era levada ao posto da Malhada, ficando na casa do sr. João Branco, joalheiro onde as pessoas procuravam a correspondência.

A partir de 1958, ficou a Mamarrosa a ter um giro independente de Bustos, tendo sido criados dois giros em Bustos. Um dentro da freguesia, servindo o lugar da Tojeira, que ainda se mantém. O outro giro servia os lugares de Tabuaço, Rio Tinto, Condes, Pardeiros, Vale, Santa Catarina, Fonte da Costa, Andale, Estrada e Mesas.

Tabuaço e Rio Tinto que pertenceram a Soza, pertencem actualmente a Ouca.

Quinta dos Troviscais pertence à freguesia dos Covões, e os restantes lugares à freguesia do Covão do Lobo.

Desde 1979 há dois giros., mas só dentro da freguesia, embora se continue a levar a correspondência ao lugar da Tojeira.

«O Ti Zé Margaça» era bem conhecido na freguesia. Homem alto, pobre, mas muito honesto, exercia a profissão de barbeiro e, nas horas vagas, era encarregado pelo chefe do Correio, de levar os telegramas aos destinatários, de quem recebia por vezes boa paga.

Mas também tinha a sua agência de correio particular, levando e trazendo cartas dos namorados, muito em segredo, que o gratificavam pelo seu serviço, rápido e eficaz!...

in Hilário Costa, Bustos – Memórias de um bustoense, edição do Autor,1984

[1] (nota de srg). Por ter sido radiotelegrafista e operador de morse na 1ª Grande Guerra, João Rei fora convidado a aceitar emprego nos correios.A recusa foi sempre a resposta.

Sem comentários:

Enviar um comentário