21 de fevereiro de 2016

A Revista National Geographic - Portugal chegou a Bustos. “Extremófilos - A Vida no Limite”.

A Revista National Geographic - Portugal chegou a Bustos
Milton Costa: “Extremófilos - A Vida no Limite”
composição imagem - s.m.f.

A “National Geographic Society” dos Estados Unidos publica uma revista mensal mundialmente conhecida, a “National Geographic” bem como uma edição em português chamada “National Geographic - Portugal”.

O "National Geographic - Portugal" de Fevereiro 2016 contem um artigo sobre o trabalho de Milton Costa intitulado “Extremófilos - A Vida no Limite”.

O artigo realça o trabalho de exploração microbiológica do laboratório de Milton Costa em ambientes extremos; nomeadamente nascentes hidrotermais de elevada temperatura, lagos hiper-salgados do fundo do Mar Mediterrâneo, minas de sal-gema, desertos e aquíferos profundos por esse mundo fora desde os Estados Unidos à Islândia, Itália, França, Polónia até ao Japão, mas também nas nascentes termais da Ilha de S. Miguel nos Açores e em Portugal Continental. A investigação levada a cabo no seu laboratório é mais ampla e inclui, por exemplo, estudos moleculares que visam conhecer os mecanismos que conferem resistência conjunta ao sal e à temperatura de termófilos que colonizam nascentes termais submarinas que atingem mais de 100ºC. No entanto, o jornalista António Luís Campos contactou Milton Costa porque o tema relacionado com a descoberta de novos organismos extremófilos ser mais apropriado para os leitores do "National Geographic – Portugal" e mais misterioso.

Milton S. da Costa e o seu grupo de trabalho, que inclui Luciana Albuquerque que também está em foco no artigo, já descobriu oitenta e seis novas espécies de bactérias, a maior parte dos quais, de ambientes extremos. Algumas destas bactérias tem interesse biotecnológico, mas não é isso que move o nosso conterrâneo, mas sim a evolução destes seres, a diversidade destes microrganismos e os mecanismos bioquímicos que permitem que estes microrganismos proliferem em ambientes infernais. As surpresas continuam, não só em nascentes termais, mas também em salmoiras (a) e salinas com sal em saturação, ou ambientes pH muito baixo ou muito alto. Particularmente importante têm sido os estudos de bactérias que toleram radiações gama milhares de vezes mais elevadas que aquelas que são toleradas por humanos.

O jornalista ficou fascinado com os nomes científicos com que temos de batizar (os nomes são latinizados ou mesmos derivados de latin) todos os seres vivos ou fósseis. Por exemplo o nome científico de humanos é Homo sapiens, um lobo é Canis lupus. O Milton dá nomes como Truepera radiovictrix (Truepera honra Hans Trueper e radiovictrix diz que a bactéria vence radiações), Thermus igniterrae (Thermus quer dizer quente) e igniterrae (terra a arder, a Islândia), Meiothermus silvanus (Meiothermus, é semi quente ou seja tépido) e (silvanus em honra de Manuel Teixeira da Silva, U. Porto), Rubrobacter naiadicus (Rubrobacter, bastonete vermelho) e naiadicus (refere as Náiades, ninfas dos rios, que neste caso é um rio bem quente).

TERMÓFILOS NA AGENDA

Milton Costa também acaba de ser convidado, para participar em Maio (17-20) próximo, num simpósio (simpósio em Grego significa “beber juntos”) restrito a 27 cientistas de todo o mundo, na Ilha de Vulcano a norte da Sicília para celebrar 30 anos de estudos sobre organismos termófilos. O local é importante por ser ali que foram descobertos Pyrococcus furiosus e Thermotoga maritima. No dia 21 de Maio, Milton Costa parte diretamente de Itália para a Polónia, mas essa será outra estória...
(autor identificado)
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artigo editado por sérgio micaelo ferreira


(a) Nota do editor: A 'salmoira' está referenciada na crónica de Milton Costa  

SARDINHA SALGADA ... REGRESSOU À CEIA, NB – 20.12.2006 aqui

Vi as sardinhas na salga no dia em que chegaram ao “Barrilito” e perguntei se a caixa de esferovite (já não era de madeira) tinha furos no fundo para sair o líquido que se forma durante a salga. “Claro que sim” disse o Agostinho. Expliquei-lhe que me tinha lembrado do garum (ou liquamen, muria ou allec) [1] dos Romanos.
[1] garum (ou liquamen, muria ou allec) Condimento extremamente dispendioso, irá merecer tratamento adequado em outra oportunidade. 

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