Andavam os dirigentes concelhios do CDS
de braço dado com os do PSD, cumprindo a função de acompanhantes do Sr.
Presidente da Câmara, quando Paulo Caiado, vereador do CDS, decidiu interromper
o namoro. Na reunião camarária da passada quinta feira o que na prática sucedeu
foi que Paulo Caiado veio lembrar que o CDS é, no nosso concelho, a oposição ao
PSD e que em vez de se passear com o partido adversário se deve afirmar como alternativa e fazer oposição.
Foi o que fez na prática utilizando,
entre outras, a questão da Biblioteca de Bustos. Mário João Oliveira chegou a
fechar o microfone ao vereador do CDS mas este não parece disposto a calar-se.
E se por um lado ameaçou o presidente da Câmara com uma “moção de confiança”
por outro interpelou os dirigentes locais do CDS que, seduzidos pela aliança
para as legislativas com os sociais-democratas, correram para os braços do
partido de Mário João numa atitude que alguns observadores classificam de “promiscuidade
politica.”
A grande questão dos próximos dias não
será o “pedido de demissão” do presidente da Câmara, mas sim a forma como a nomenclatura
local do CDS vai digerir este repto. Voltaremos ao tema, publicando de seguida
a noticia (de ontem) do “Politica
ao Minuto”
Vereador
do CDS reclama demissão do presidente PSD
Um vereador do
CDS em Oliveira do Bairro, Paulo Caiado, pretende que o presidente da Câmara,
Mário João Oliveira (PSD), se demita, acusando-o de "violar as normas
básicas da democracia" por causa de uma Biblioteca na freguesia de Bustos.
No cerne
da questão está a decisão de mudar a Biblioteca de Bustos para o novo Polo
Escolar, em vez de a alojar na antiga Escola Primária do Centro de Bustos, o
que deu origem a um abaixo-assinado e levou vários residentes em Bustos a
manifestarem o seu descontentamento na Assembleia Municipal.
O vereador do CDS considera que o presidente da Câmara "faltou ao respeito" aos eleitores de Bustos, ao não dar explicações sobre o fundamento da decisão, e de "mentir" quando justificou com o regimento a sua postura, perante o executivo.
O vereador do CDS considera que o presidente da Câmara "faltou ao respeito" aos eleitores de Bustos, ao não dar explicações sobre o fundamento da decisão, e de "mentir" quando justificou com o regimento a sua postura, perante o executivo.
Paulo
Caiado optou por propor na quinta-feira uma "moção de confiança" ao
presidente da Câmara, que não chegou a ser votada porque é prática habitual na
Câmara de Oliveira do Bairro deliberar sobre as propostas apresentadas só na
reunião seguinte.
O
vereador do CDS pretende que a sua moção seja levada a reunião pública para que
os munícipes possam presenciar a discussão e votação, "e não tenham
conhecimento apenas através da ata do sentido de voto de cada vereador".
No
entanto, contactado pela Lusa, o gabinete de Mário João Oliveira apenas
confirma que a proposta deu entrada, mas adianta que não deverá ser agendada,
porque a figura de moção de confiança ao presidente "não tem qualquer
enquadramento jurídico".
"Estou disponível
para retirar a moção de confiança de votação, caso o presidente se retrate e se
demita, que é o que deve fazer, em respeito ao poder local democrático e pela
dignidade da República Portuguesa", diz, por seu turno, Paulo Caiado.
O ambiente entre o
primeiro vereador eleito pelo CDS e a maioria do executivo PSD já foi tenso na
quinta-feira, com Mário João Oliveira a fechar o microfone a Caiado, quando
este pretendia intervir, invocando "defesa da honra", segundo fontes
partidárias.
A "moção de
confiança" caiu mal à maioria e coube ao vereador António Mota reagir,
classificando Paulo Caiado como "um péssimo exemplo de autarca"
devido às suas sucessivas ausências, prestando-se "ao ridículo" com a
iniciativa.
Caiado ripostou que
Oliveira do Bairro tem um presidente da Câmara "a meio tempo, que se
divide entre a autarquia e os interesses da sua empresa", o que levou o
próprio Mário João Oliveira a lembrar a legitimidade da vitória em três atos
eleitorais e a garantir a transparência da sua atuação.
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