"Entre os patrimónios da res publica localizados em Bustos
contam-se os edifícios das escolas primárias".
A “Escola Primária” do Corgo, a quem pertence?
A cara
do edifício da “Primária” da Quinta Nova diz que é um edifício enquadrado no Plano dos Centenários das construções escolares.
A construção de edifício escolar era
uma aspiração que vinha já da primeira Junta de Freguesia de Bustos. A busca de
terreno para a construção teve início durante a primeira junta
de freguesia.
Pretendia-se uma escola localizada no centro. O local preferido era o terreno do "Sr. Visconde" que confronta as ruas 18 de Fevereiro e Jacinto dos Louros. Onde mais tarde Augusto Simões da Costa construiu o seu estabelecimento.
Em 17 de Janeiro de 1926, a junta de freguesia inscreve no orçamento a verba “de dois mil e setecentos escudos [13,47€] para material e mão d’obra de duas maceiras de adobos feitos por conta da Junta com destino às construções escolares”.
Em 17 de Janeiro de 1926, a junta de freguesia inscreve no orçamento a verba “de dois mil e setecentos escudos [13,47€] para material e mão d’obra de duas maceiras de adobos feitos por conta da Junta com destino às construções escolares”.
Contudo, é depois da Revolução do 28 de
Maio de 1926 que efetivamente tem início a construção da ansiada escola.
Na
sessão de 15 de Maio de 1927 da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia, “O
Presidente apresentou a planta e alçado da obra do edifício escolar desta
freguesia, fornecida pelo Ministério da Instrução Pública, a qual foi apreciada
pelos membros da Comissão que a acharam muito boa. Mas reconhecendo que o importe da sua
execução é superior aos recursos de que pode dispor, deliberou fazer-lhe
algumas modificações, tais como suprimir algumas janelas de lado do rés-do-chão,
executando-as com mais simplicidade, principalmente as laterais e as do lado
sul. Suprimir dois salões no primeiro andar, ficando com os dois do rés-do-chão
e um ao centro do primeiro andar.”
A
obra ia avançando e, v.g. em sessão de 2.12.1928, a Comissão
Administrativa autorizava os pagamentos “para o
edifício da escola: a Antonio da Silva Neves quarenta e cinco escudos pelo
transporte de telha, a Manoel Rosa Novo cento e trinta e cinco escudos pelo
transporte de telha, a José Matos cento
e trinta e cinco escudos pelo transporte também de telha e a Porfírio Fontes
trinta escudos pelo serviço de tirar água para argamassar cal.”
Era notória a ânsia de ter alguma sala pronta receber alunos, conforme se pode depreender da sessão de 20 de
janeiro de 1929, a Comissão Administrativa reúne extraordinariamente “para arrematar as obras interiores e uma
porta e quatro janelas dum dos salões do edifício escolar”.
Nos fins de 1929, a comissão
administrativa tinha lançado o concurso para “o serviço de estuque nos dois
salões térreos do edifício escolar”. As propostas apresentadas por Manuel
Tavares e por Américo Oliveira foram rejeitadas, “por pouco explícitas nos
materiais a empregar”. Foi decidido fazer-se a adjudicação “por licitação
verbal, e os materiais ficarão a cargo desta Junta devido a ser difícil a
fiscalização dos mesmos”.
…
Na sessão de 13 de Maio de 1934, a
Comissão Administrativa procedia à arrematação das restantes obras da conclusão
do edifício da escola Primária do Corgo, entre as quais se transcreve:
. as obras de cal grossa e pintura
quer externas quer internas, e todo o edifício da Escola [foram] adjudicadas ao
senhor Manuel Ferreira Tavares, pela quantia de cinco mil quarenta e três
escudos e cinquenta centavos,
(…) o gradeamento do recinto de
recreio do edifício da Escola, e as varandas (…) varandas em ferro para o mesmo edifício [foram] adjudicadas aos senhores João dos Santos
Oliveira e José Maria Simões dos Reis pela quantia de três mil e quinhentos
escudos (..,)
Por fim:
É desejável que a construção da Escola do Corgo seja revertida em estudo(s) adequado(s).
Pelos dados
expostos, e mais leituras das atas, este edifício escolar foi mandado construir e pago pela Junta de Freguesia/Comissão de Freguesia de Bustos.
Assim sendo,
a Escola Primária do Corgo é Património da Junta de Freguesia de Bustos, com direito a tabuleta.
A menos que
tenha ocorrido alguma «entrega» oficial do edifício à Câmara Municipal de
Oliveira do Bairro, à semelhança do que aconteceu com a Estação Telégrafo-Postal
construída com o dinheiro de particulares de Bustos... mas cuja «entrega» foi imposta superiormente.
É mais um caso a deslindar.
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…Fora de
texto…
… de vez em quando anda na ar a ideia (ou a
vontade?) de entregar o Palacete do
Visconde à Câmara Municipal.
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