SANTO ANTÓNIO
Nasci exactamente no teu dia
—Treze de Junho, quente de alegria,
Citadino, bucólico e humano,
Onde até esses cravos de papel
Que têm uma bandeira em pé
quebrado
Sabem rir...
Santo dia profano
Cuja luz sabe a mel
Sobre o chão de bom vinho
derramado!
Santo António, és portanto
O meu santo,
Se bem que nunca me pegasses
Teu franciscano sentir,
Católico, apostólico e romano
(…)
… ninguém pode esperar ser compreendido antes que
os outros aprendam a língua em que fala. Repontar com isso seria, além de
absurdo, indício de grave desconhecimento da história literária, onde os génios
inovadores foram sempre, quando não tratados como doidos (como Verlaine e
Mallarmé), tratados como parvos (como Wordswothth, Keats e Rossetti) ou como,
além de parvos, inimigos da pátria, da religião e da moralidade, como aconteceu
a Antero de Quental, sobretudo nos significativos panfletos de José Feliciano
de Castilho, que, aliás, não era nenhum idiota. (1)
(…)
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(1) Excerto da Carta dirigida ao Diário de Notícias em 4 de Junho de 1915 por Álvaro de Campos – Engenheiro e poeta sensacionista.
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(1) Excerto da Carta dirigida ao Diário de Notícias em 4 de Junho de 1915 por Álvaro de Campos – Engenheiro e poeta sensacionista.
«Correspondência (1905
– 1922) de Fernando Pessoa, edição Manuela Parreira da Silva, Assírio&Alvim, (pg.163);1999
…
Hoje – 12 de Junho. Prazeres Duarte está de parabéns.
*foto de sérgio pato
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