O 18 de Fevereiro em Bustos passou a ser uma efeméride emblemática por estar associado à publicação da Lei nº 942/1920 que oficializa a criação de freguesia de Bustos, um corolário feliz da luta travada pelos republicanos liderados por Jacinto dos Louros.
A comemoração do aniversário do nascimento da Freguesia esteve e está dependente do pulsar e visão do bairrismo das suas lideranças.
A Primeira Junta de Freguesia, eleita em 5 de Maio’1920, (9 décadas depois teve festa de anos) tornou efetcivo o processo de ampliação do cemitério nas vésperas do primeiro aniversário da publicação da Lei da segregação dos termos Bustos/Mamarrosa, conforme consta noexcerto da ata da sessão extraordinária de 13 de Fevereiro’1921:
“Foi posto em praça a obra de ampliação do cemitério, só quanto à mão de obra, e, depois de vários lanços, foi afinal arrematada por quatrocentos escudos a Manoel Simões Lusio casado carpinteiro do logar da Póvoa desta freguesia.”
No segundo aniversário, a Junta de Freguesia “Para comemorar a data do dia dezoito de fevereiro de mil novecentos e vinte, em que foi publicado no Diário do Governo o decreto [lei] da criação desta freguesia, deliberou a Junta colocar na parede da frente da torre deste lugar, para que por todos possa ser vista, uma lápide com a inscrição d’aquela gloriosa data. E como no orçamento do ano corrente não há verba para esta despesa, mais foi deliberado que, por rateio, ela fosse adiantada pelos seus membros, até que se organize um orçamento suplementar, ou mesmo até ao orçamento geral do futuro ano, em que se descreverá essa verba como despesa facultativa, para ser restituída aos respetivos membros.” (ata da sessão da Junta de Freguesia do dia 15.01.1922).
Essa lápide fora colocada na velha torre e ao mesmo nível da imagem do santo exposta em nicho na frontaria da então capela de São Lourenço de Bustos, para mostrar a igualdade entre os poderes religioso e laico, implícita numa observação proferida por Belino Costa na sessão do 90º aniversário (?) da Primeira Junta de Freguesia presidida por Jacinto dos Louros. A lápide desapareceu nos escombros da demolição da velha capela e da torre.
Uma «réplica» da lápide exposta em lugar conforme no edifício da junta de freguesia proporcionaria o retalho de um feito da época de 1920. O grafo da lápide está citado de memória, para confirmar consta em «Memória de Outros Tempos», Vitorino Reis Pedreiras.
É incontroverso que Jacinto dos Louros foi a personalidade que se destacou na condução do processo da criação da Freguesia. Acontece que a memória de Jacinto dos Louros deveria merecer mais atenção dos conterrâneos. O fundador da Junta de Freguesia, insisto, deveria estar “presente” em Busto no átrio do edifício da Junta.
Uma passagem pela Sala da Assembleia de Bustos dá para constatar (e bem) a presença de fotos da sucessão dos Presidentes da Junta de Freguesia…
… mas, do primeiro e único órgão autárquico eleito diretamente – que é a Assembleia de Freguesia de Bustos – não consta alguma fotografia dos seus Presidentes.
Por distração, não deve ter sido. Se até os partidos representados na Assembleia de Freguesia não têm voz protocolar nas sessões solenes.
Até mais ver…
Sem comentários:
Enviar um comentário