No passado dia 16 de Julho, a associação Orfeão de Bustos, levou a efeito a Viagem Cultural de 2011, com saída do Largo da Igreja Velha, junto à sua sede, pelas 7:30 h, e destino a terras apreciadas por sua Majestade a Rainha D. Leonor. As Caldas da Rainha, populares pela sua cerâmica decorativa e utilitária, são também conhecidas pelos seus museus, obras de arte, mercado da fruta, parques, jardins, Hospital Termal, etc. Na verdade, existem muitas razões para visitar as Caldas da Rainha. O Orfeão de Bustos visitou a Casa Museu de Rafael Bordalo Pinheiro, o homem que ficou conhecido pela criação do Zé Povinho, mas cuja obra vale a pena ser amplamente conhecida, e que vai muito para além dessa figura identificativa do povo português, criticando com humor os principais problemas sociais, políticos e económicos do país ao longo dos tempos.
Enquanto que no Concelho de Oliveira do Bairro predominam as unidades industriais ligadas à cerâmica de construção, nas Caldas da Rainha predominam as unidades ligadas à cerâmica utilitária e decorativa, seja ela mais popular ou sofisticada.
A visita à casa museu Rafael Bordalo Pinheiro permitiu aos visitantes conhecer a arte cerâmica de Rafael Bordalo Pinheiro, um legado que hoje podemos visitar , contactando com as formas reveladoras do enorme talento e criatividade do seu autor. Dominando técnicas e o conhecimento dos materiais, executou raras obras, obras essas marcadas pelo humor, complexidade decorativa, mas também pelo realismo da representação de seres da natureza.
Sensivelmente de 1870 (altura em que se começou a afirmar profissionalmente) até 1905 (altura em que faleceu, com 59 anos), Rafael Bordalo Pinheiro deixou a sua marca no Portugal Cultural como pintor, desenhador, decorador, ilustrador, caricaturista, jornalista, ceramista e professor. Por todos estes argumentos, se considerou relevante aprofundar os conhecimentos sobre esta figura que tão importante legado deixou no contexto cultural.
O almoço do grupo visitante decorreu no Parque D. Carlos I, um parque marcado pelas suas árvores seculares, numerosas esculturas e onde está também integrado o extraordinário Museu José Malhoa.
De tarde deixando as Caldas da Rainha, distrito de Leiria, rumou-se para o distrito de Santarém, mais propriamente para Rio Maior, a cidade do desporto. Mas, na verdade, o que levou o Orfeão a Rio Maior não foi o desporto, mas antes o conhecimento de uma realidade comparativa à do nosso distrito de Aveiro - a produção de sal. Porém, a produção de sal nestas paragens desperta a curiosidade dos Beirões, habituados a ver o sal produzir-se nas proximidades do mar. Em Rio Maior, não há mar, não há ria, mas há salinas de sal gema, isto é, alimentadas por um compacto depósito de sal que é atravessado por um curso de água subterrâneo, o faz com que se possa trazer à superfície água sete vezes mais salgada que a água do mar. Nesta zona onde antes havia mar, processou-se este fenómeno no tempo dos dinossauros… talvez eles nos pudessem melhor contar esta história….
Em Loulé (Faro) existe também um torrão de sal gema que é explorado por extração mineira, pois, ao contrário de Rio Maior, em Loulé não passa nenhum curso de água subterrâneo. Mas este foi apenas um aparte, pois o Orfeão já não pode ir ao Algarve… Finalizada a visita às Salinas de Rio Maior o grupo regressou a Bustos, tendo ainda tempo de passar a hora do lanche no Parque dos Olhos da Fervença (Concelho de Cantanhede), local a partir do qual se abastece a rede de água pública daquele concelho.
O regresso a Bustos fez-se em segurança, e a direcção da associação agradece a todos quantos participaram e apoiaram mais iniciativa de especial significado.
Orfeão de Bustos
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