“Carlos Candal, fundador do PS, faleceu ontem, aos 71 anos, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internado desde o dia 14 de Maio.”
Morreu um homem bom, morreu um democrata profundo. Carlos Candal era um daqueles cidadãos raros que pautou toda a sua vida por convicções, princípios e trabalho. Nasceu para a política muito antes do 25 de Abril e foi um combatente anti-fascista que marcou gerações de aveirenses. Marcou-me a mim que em 1973, na desigual campanha eleitoral que a oposição democrática aproveitou para denunciar a falsa abertura do regime marcelista, o acompanhei em muitos comícios por esse distrito fora.
A estudar em Aveiro, com a facilidade de não ter a família por perto, eu era um jovem vivendo entre a revolta e a indignação que nos comícios distribuía propaganda, vendia os isqueiros e demais materiais para ajudar ao financiamento da campanha. Vi-o e ouvi-o discursar nos locais mais recônditos do distrito e ainda hoje a sua voz forte, bem colocada que logo impunha silêncio e respeito em qualquer sala, ressoa na minha memória. Carlos Candal era um tribuno empolgante e ouvi-lo ao lado desse outro grande vulto (a quem Aveiro deve uma homenagem) que foi Álvaro Seiça Neves era algo de arrebatdor, um acontecimento que não deixava ninguém indiferente.
Paixão, uma enorme paixão pela democracia assim se pode definir a vida daquele que sempre entendeu a política como uma necessidade de afirmação cívica. E que por isso sempre recusou cargos, penachos e negociatas porque foi sobretudo um advogado, ou como ele por vezes dizia com ironia, “um simples advogado da província.”
Morreu um homem bom, morreu um democrata profundo. Carlos Candal era um daqueles cidadãos raros que pautou toda a sua vida por convicções, princípios e trabalho. Nasceu para a política muito antes do 25 de Abril e foi um combatente anti-fascista que marcou gerações de aveirenses. Marcou-me a mim que em 1973, na desigual campanha eleitoral que a oposição democrática aproveitou para denunciar a falsa abertura do regime marcelista, o acompanhei em muitos comícios por esse distrito fora.
A estudar em Aveiro, com a facilidade de não ter a família por perto, eu era um jovem vivendo entre a revolta e a indignação que nos comícios distribuía propaganda, vendia os isqueiros e demais materiais para ajudar ao financiamento da campanha. Vi-o e ouvi-o discursar nos locais mais recônditos do distrito e ainda hoje a sua voz forte, bem colocada que logo impunha silêncio e respeito em qualquer sala, ressoa na minha memória. Carlos Candal era um tribuno empolgante e ouvi-lo ao lado desse outro grande vulto (a quem Aveiro deve uma homenagem) que foi Álvaro Seiça Neves era algo de arrebatdor, um acontecimento que não deixava ninguém indiferente.
Paixão, uma enorme paixão pela democracia assim se pode definir a vida daquele que sempre entendeu a política como uma necessidade de afirmação cívica. E que por isso sempre recusou cargos, penachos e negociatas porque foi sobretudo um advogado, ou como ele por vezes dizia com ironia, “um simples advogado da província.”
O seu enterro acontecerá amanhã, em Aveiro, por volta das 10h45. Lá estarei.
Belino Costa
A Câmara Municipal de Aveiro decretou três dias de luto.
ResponderEliminarDesculpem a minha ignorância…
ResponderEliminarPor acaso o Dr. Carlos Candal é de Bustos????
(Por muito respeito que se tenha por este homem)