10 de junho de 2008

A Feira Medieval foi à Mamarrosa

Terão presente a edição de 2007 da tradicional Feira Medieval do concelho, que decorreu no recinto da feira do Sobreiro e que poderão recordar AQUI.
Terminando o périplo pelas 6 freguesias do concelho, a Feira assentou arraias no ampliado Parque do Rio Novo, ali à saída da Mamarrosa para a Amoreira. Já conhecia o espaço, onde por duas ou três vezes já tinha roído as unhas de inveja. Com a criação do bonito parque da Mamarrosa, Bustos passou a ser a única freguesia do concelho sem um parque de lazer. Estranho…ou nem por isso. E, já agora, de quem é a culpa?
Mas esqueçamos as amarguras do nosso viver e viajemos um pouco pela Feira concelhia deste ano. Mais um sucesso, a acrescentar ao do ano passado.
O cenário medieval repetiu-se a partir do fim da tarde de 6ª feira passada e terminou quando a noite de domingo se despedia. No sábado à tarde temeu-se o pior, tal a força de dois inimigos inclementes: o sol e o jogo Portugal-Turquia. Felizmente, tudo acabou em bem: no domingo, os toldos passaram a proteger as mesas de comes e bebes e Portugal tinha dado uma lição de futebol aos otomanos.
Ufa! Até o governo da República deve ter suspirado de alívio!
Lembro aqui duas das recriações históricas que mais terão marcado os muitos visitantes:
O assalto à ponte
Antecedendo o Tratado de Alcanizes, assinado em 1297 entre D. Dinis de Portugal e D. Fernando IV de Castela, terras havia que os castelhanos mantinham ocupadas e os portugueses reclamavam como suas. Foi um pouco dessa história que - mais uma vez - o VIV’ARTE trouxe até à bonita e bem enquadrada ponte de madeira que atravessa o pequeno lago do parque do Rio Novo. Nem de propósito, como passo a narrar:
Como os castelhanos daqueles idos cobrassem portagem a quem tinha de atravessar a ponte, o povo de cá revoltou-se com a injustiça estrangeira. Com o apoio real, dá-se o assalto à ponte com a populaça à frente. Decorrida uma curta mas difícil escaramuça a meio da ponte, que meteu aríete e tudo, lá derrotámos os odiados castelhanos, numa espécie de antevisão do que haveria de acontecer em 1385 com a batalha de Aljubarrota.

O povo rejubilou de contentamento, mas desconfio que foi o rei português quem acabou por colher os melhores dividendos. Ninguém me convence que a conquista da ponte tenha posto fim às malfadadas portagens; acredito mais que apenas tenha mudado a nacionalidade do portageiro…

Os Franciscanos na Palhaça
Esta recriação foi trazida pelo inestimável Adelino Batista, que todos conhecemos do Museu S. Pedro da Palhaça e que não se tem poupado em buscas documentais e orais sobre uma comunidade franciscana que existiu no Roque nos finais da idade média. Este lugar da Palhaça recebeu o seu nome de S. Roque, o santo padroeiro.
A comunidade franciscana expandiu-se para sul ao longo da então estrada real, criando núcleos na Mamarrosa, S. Lourenço do Bairro, Paredes do Bairro e outras, até Cantanhede. Com a reforma franciscana, cerca do ano de 1600, a comunidade concentrou-se em Aveiro.
Certo é que ainda nos finais do séc. XIX estava enraizado no Roque e em Nariz o espírito franciscano, a ponto dos fiéis fazerem questão de ser enterrados com o conhecido hábito franciscano. O Adelino Batista teve acesso a assentos de óbito que disso fazem fé. E não há muitos anos, a casa e a capela da comunidade existiam ainda.
Muito grato fico ao Adelino Batista pelos elementos que me facultou e mais gratos ficaríamos todos se o seu trabalho fosse ainda mais apoiado e valorizado.
E venham mais Feiras Medievais!
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oscardebustos
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- Aconselho uma visita on line ao Museu S. Pedro da Palhaça, cujo sítio encontram à esquerda, em “Ligações”.

4 comentários:

  1. Anónimo10:51

    A culpa de Bustos não ter um parque ou uma piscina tal qual tem a Mamarrosa é deste blogue. Se em vez de falarem fizessem qualquer coisa Bustos tinha parque , piscina e muito mais.

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  2. Nesse "muito mais", teria, por exemplo, uma equipa de futebol na 1ª liga treinada pelo Scolari.
    É boa, essa de não se poder criticar, positiva ou negativamente. É mesmo própria de quem gosta de ditaduras.
    Já agora, sem sair do futebol, também deveria ser proibido criticar a seleção nacional de futebol.
    E também se deveria acabar com as oposições, sobretudo quando somos nós - e não os outros - a estar no poder.
    Sacanas dos críticos! Deviam ser todos presos! Excepto, claro, quando dizem bem.

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  3. Anónimo18:21

    Caro anónimo para que se fazer parques e ter a nossa freguesia bonita se vem um bando de mal educados e destroem tudo.
    Vejam o que aconteceu aos sinais de transito na estrada que liga a retunda do Sobreiro a retunda da Palhaça.
    Vê-se logo que não mora na estrada principal.

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  4. Anónimo18:04

    pelo que vejo não se pode ter nada porque estamos á mercê de um grupo destruidor,não estou de acordo,deve-se criar dentro das possibilidades financeiras existentes e prioridades todas as infra estr. possiveis para que os nossos jovens comecem a aprender a respeitar,utilizando as mesmas,penso que os actos de vandalismo sempre existiram,falta porem autoridade ás autoridades para que haja mais civismo Reparem com toda a liberdade que ixiste e com a maioria dos jovens sem trabalho e outros não querem trabalhar para os 1º não há soluções para os 2º há o consentimento familiar(o trabalho tira os maus vicios)não é preciso ir para a faculdade para seber isto.

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