15 de dezembro de 2015

ESCARAVELHO DIZIMA PALMEIRAS DA FREGUESIA




As duas palmeiras que faziam de portal ao adro da igreja de Bustos perderam a copa, perderam o viço. Foram liquidadas pelo escaravelho-vermelho (Rhynchophorus ferrugineus), que tem dizimado milhares de palmeiras em todo o país.
Este besouro devorador, originário da Ásia, entrou pelo sul do país em 2007 e foi subindo, especialmente no litoral, tendo chegado ao Minho em 2010. Ao longo do percurso (perante a indiferença das autoridades) foi deixando centenas de milhares de euros de prejuízo para câmaras e privados.

Em Bustos e arredores a destruição marcou o ano de 2015 e está bem espelhada nas duas palmeiras que embelezavam o adro da Igreja e que agora, ainda que fingindo de colunas, mais não são do que matéria morta. E talvez não seja boa ideia tal manutenção já que todo o caule está corrompido pelos tuneis construídos pelas larvas, o que motivou a morte da planta. Citando a wikipedia:
O escaravelho pode causar alguns danos ao alimentar-se, no entanto, é a larva que, ao escavar túneis pelo estipe da palmeira, provoca a morte da planta. A fêmea adulta põe aproximadamente 200 ovos nas zonas de crescimento da coroa da palmeira, na base das folhas novas ou noutras zonas lesionadas da planta. O ovo incuba numa larva branca que se alimenta de fibras tenras e e rebentos de folhas, escavando túneis pelos tecidos internos da árvore durante um mês. As larvas podem ocasionalmente crescer entre 4 a 6 centímetros . Na metamorfose, a larva deixa a árvore e forma um casulo feito com fibras secas de folhas de palma na base da palmeira. O ciclo de vida completa-se em 7 a 10 semanas.
Também em declarações ao jornal “Público” Carlos Gabirro, sócio-gerente da Biostasia, empresa que faz controlo da praga nas palmeiras da Câmara de Lisboa alertou: “Tenho visto pessoas a porem os restos das palmeiras à porta de casa e é um erro muito grande. Os restos libertam odor, que chama mais insectos, e depois são recolhidos pelos camiões dos serviços camarários. No caminho, a praga espalha-se”.

O QUE FAZER PERANTE ESTA PRAGA?

Como se previne a praga?

É preciso manter a palmeira debaixo de olho e fazer a manutenção. A poda deve ser feita entre Novembro e Fevereiro, quando o insecto está menos activo, retirando só as folhas secas e evitando podas do tipo “ananás”. Os cortes devem ser lisos e não lascados. Os resíduos devem ser destruídos por trituração, queima ou enterramento. Também há tratamentos preventivos, que custam cerca de 500 euros por ano, por palmeira.
Que sintomas apresenta a palmeira infestada?
Não é fácil a detecção precoce da praga. Quando as folhas parecem roídas nas pontas (em forma de V) e descoloradas, é urgente actuar. O ruído produzido pelas larvas enquanto se alimentam e um odor intenso resultante do apodrecimento dos tecidos internos da planta são outros sinais de alerta. Quando a coroa da palmeira tem já um aspecto achatado com as folhas descaídas, tipo “chapéu-de-chuva”, já será tarde de mais. As plantas ficam frágeis e as de maior porte podem mesmo cair, representando um risco para a segurança de pessoas e bens.
O que fazer em caso de infestação?
Deve informar a câmara municipal ou a Direcção Regional de Agricultura e Pescas, para que avaliem a possibilidade de recuperação. Esta comunicação é obrigatória. Se a praga for detectada na fase inicial, aplicam-se produtos químicos ou biológicos e fazem-se podas sanitárias, eliminando todas as folhas “comidas” pelas larvas e limpando a parte da palmeira afectada até chegar aos tecidos sãos. Se for irrecuperável, o proprietário é notificado para fazer o abate, que pode custar entre 300 euros e 1000 euros (dependendo do tamanho). Se não cumprir a notificação, terá de pagar os custos à entidade que execute o abate e fica sujeito a uma contra-ordenação que pode ir dos 100 euros aos 3740 euros, para particulares, ou dos 250 euros aos 44.890 euros, para pessoas colectivas.
NB

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