21 de outubro de 2014

BRASIL E SUAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS - Opinião eleições/2014, Aristides Arrais

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Acredito que a maioria de meus amigos de além- mar esteja acompanhando o momento das polémicas eleições em curso no Brasil. Acredito igualmente que uma opinião de origem duvidosa que seja, não deixa de ter sua curiosidade.

Diante da presunção de tal credibilidade, atrevo-me a desenvolver um texto com a obrigação da imparcialidade, embora envolvido com uma das partes contendoras (sou filiado ao PT)













Desde o início da campanha, já se presumia uma disputa muito difícil entre PT (Partido dos Trabalhadores) e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). A entrada de um terceiro candidato à presidência da república pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) certamente iria tornar um pouco mais complexa a disputa, sem que, todavia, pudesse alterar o desfecho final que sempre se presumiu, ocorreria entre aqueles maiores contendores, embora houvesse quem considerasse a presença de Marina Silva como vice desta terceira força, um bem conceituado reforço pra o poder de sua evolução.

Da parte do PSDB, havia certa confusão de opiniões:  Alguns núcleos ligados à social democracia achavam que a presença daquela terceira força, seria boa para o partido, visto que ela (terceira força) estaria puxando muitos votos, considerados até então, eleitores do PT apenas por serem contrários ao PSDB. Entretanto uma boa facção de partidários da candidatura do PSDB achava que o surgimento daquela terceira força também afetaria sobremaneira o seu partido, uma vez que nele também existiriam muitos eleitores não adeptos, mas sim, anti-petistas.  


Do lado do Partido dos Trabalhadores, achavam-se os sempre exagerados partidários que quaisquer que fossem as circunstâncias adversas, a candidata do PT seria eleita no primeiro turno. Mas também existia uma grande massa de eleitores fiéis ao partido (eu incluso) que via, com a entrada desta terceira força, uma difícil  possibilidade de vitória no primeiro turno. Havia ainda um terceiro grupo de eleitores que, por opção inicial de adesão ao partido dos trabalhadores, passou-se para o grupo de indecisos, para uma posterior decisão.
No momento em que o Brasil encontrava-se neste interregno de imponderáveis alterações ocorreu o inimaginável acidente aéreo que vitimou o candidato do PSB. Dias depois, o partido terceira via e seus coligados, apresentaram como candidata alternativa à presidência da república, a até então vice, Marina Silva.



















Num primeiro momento, a comoção a nível nacional da morte trágica do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, transformou a mais recente candidata num meteoro ascendente. Em duas semanas ele atingiu nas pesquisas, o mesmo porcentual de propósitos eleitorais de candidata do PT, Dilma Rousseff.
(E neste momento registramos um pormenor muito importante para as nossas conclusões posteriores: O porcentual ascendente de Marina era praticamente igual ao porcentual descendente de Aécio Neves, candidato do PSDB. Em outras palavras: Enquanto Marina subiu 15 pontos, Aécio desceu 15 pontos).

Imediatamente, os marqueteiros do PT e do PSDB que antes estavam a se gladiar, passaram a buscar munição para bombardear a candidata do PSB.

Passada a comoção do primeiro momento, o PSB passou  a baixar seus porcentuais nas pesquisas e o PSDB retomou sua ascensão amenizando seus  ataques à candidata do PSB e voltando-se novamente para o que considerava seu principal adversário, o PT. Enquanto isso, o partido dos trabalhadores continuou com os ataques simultâneos aos dois oponentes. Em nosso entender esta estratégia do PT foi desastrosa para a eleição da candidata Dilma, que embora  vencedora do primeiro turno, não conseguiu quórum suficiente  passando a eleição para o segundo turno, com o PT enfrentando a candidatura do PSDB, muito bem fortalecido pela total adesão do PSB e seus coligados, consequência do desnecessário bombardeiro do PT no primeiro turno, em cima de Marina.

As pesquisas voltadas para o segundo turno apontam, no momento, vantagem para o candidato do PSDB. A situação para o PT está muito difícil de ser revertida, embora este partido conte com uma militância muito ativa e, a final de contas, tem a seu lado a força do poder que ainda ocupa, embora uma significativa parcela da poderosa mídia tente anular esse imponderável poder, com a força de sua tendente comunicação.

 Por amor ao esforço de imparcialidade, concluímos dizendo que se o PSDB ganhar as eleições no segundo turno, não há como negar que sua vitória certamente terá sido o resultado de uma maior capacidade de estratégia e convencimento, em sua reta final. Ansiosamente, aguardamos o resultado do próximo domingo, 26/10/2014.
(Aristides Arrais - Maré Alta) 
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 * NB - imagem do Brasil retirada daqui

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