Acredito
que a maioria de meus amigos de além- mar esteja acompanhando o momento das
polémicas eleições em curso no Brasil. Acredito igualmente que uma opinião de
origem duvidosa que seja, não deixa de ter sua curiosidade.
Diante
da presunção de tal credibilidade, atrevo-me a desenvolver um texto com a
obrigação da imparcialidade, embora envolvido com uma das partes contendoras
(sou filiado ao PT)
Desde
o início da campanha, já se presumia uma disputa muito difícil entre PT
(Partido dos Trabalhadores) e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). A
entrada de um terceiro candidato à presidência da república pelo PSB (Partido
Socialista Brasileiro) certamente iria tornar um pouco mais complexa a disputa,
sem que, todavia, pudesse alterar o desfecho final que sempre se presumiu,
ocorreria entre aqueles maiores contendores, embora houvesse quem considerasse
a presença de Marina Silva como vice desta terceira força, um bem conceituado
reforço pra o poder de sua evolução.
Da
parte do PSDB, havia certa confusão de opiniões: Alguns núcleos ligados à social democracia
achavam que a presença daquela terceira força, seria boa para o partido, visto
que ela (terceira força) estaria puxando muitos votos, considerados até então,
eleitores do PT apenas por serem contrários ao PSDB. Entretanto uma boa facção
de partidários da candidatura do PSDB achava que o surgimento daquela terceira
força também afetaria sobremaneira o seu partido, uma vez que nele também
existiriam muitos eleitores não adeptos, mas sim, anti-petistas.
Do
lado do Partido dos Trabalhadores, achavam-se os sempre exagerados partidários
que quaisquer que fossem as circunstâncias adversas, a candidata do PT seria
eleita no primeiro turno. Mas também existia uma grande massa de eleitores
fiéis ao partido (eu incluso) que via, com a entrada desta terceira força, uma difícil
possibilidade de vitória no primeiro
turno. Havia ainda um terceiro grupo de eleitores que, por opção inicial de
adesão ao partido dos trabalhadores, passou-se para o grupo de indecisos, para uma
posterior decisão.
No
momento em que o Brasil encontrava-se neste interregno de imponderáveis
alterações ocorreu o inimaginável acidente aéreo que vitimou o candidato do
PSB. Dias depois, o partido terceira via e seus coligados, apresentaram como
candidata alternativa à presidência da república, a até então vice, Marina
Silva.
Num primeiro momento, a comoção a nível nacional da morte trágica do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, transformou a mais recente candidata num meteoro ascendente. Em duas semanas ele atingiu nas pesquisas, o mesmo porcentual de propósitos eleitorais de candidata do PT, Dilma Rousseff.
(E neste momento registramos um pormenor muito
importante para as nossas conclusões posteriores: O porcentual ascendente de Marina era praticamente
igual ao porcentual descendente
de Aécio Neves, candidato do PSDB. Em outras palavras: Enquanto Marina subiu 15
pontos, Aécio desceu 15 pontos).
Imediatamente,
os marqueteiros do PT e do PSDB que antes estavam a se gladiar, passaram a
buscar munição para bombardear a candidata do PSB.
Passada
a comoção do primeiro momento, o PSB passou a baixar seus porcentuais nas pesquisas e o
PSDB retomou sua ascensão amenizando seus ataques à candidata do PSB e voltando-se
novamente para o que considerava seu principal adversário, o PT. Enquanto isso,
o partido dos trabalhadores continuou com os ataques simultâneos aos dois
oponentes. Em nosso entender esta estratégia do PT foi desastrosa para a
eleição da candidata Dilma, que embora
vencedora do primeiro turno, não conseguiu quórum suficiente passando a eleição para o segundo turno, com
o PT enfrentando a candidatura do PSDB, muito bem fortalecido pela total adesão
do PSB e seus coligados, consequência do desnecessário bombardeiro do PT no
primeiro turno, em cima de Marina.
As
pesquisas voltadas para o segundo turno apontam, no momento, vantagem para o
candidato do PSDB. A situação para o PT está muito difícil de ser revertida,
embora este partido conte com uma militância muito ativa e, a final de contas,
tem a seu lado a força do poder que ainda ocupa, embora uma significativa
parcela da poderosa mídia tente anular esse imponderável poder, com a força de
sua tendente comunicação.
Por amor ao esforço de imparcialidade,
concluímos dizendo que se o PSDB ganhar as eleições no segundo turno, não há
como negar que sua vitória certamente terá sido o resultado de uma maior
capacidade de estratégia e convencimento, em sua reta final. Ansiosamente,
aguardamos o resultado do próximo domingo, 26/10/2014.
(Aristides Arrais - Maré Alta)
_________________________
* NB - imagem do Brasil retirada daqui
Sem comentários:
Enviar um comentário