A Revista “Bustos em Cuecas”
subiu ao palco em 1937, depois de três anos de ensaios. O ensaiador era David
Pessoa, alfaiate e comerciante, o diretor musical Emitério Fernandes, da
Palhaça, e o compére, Manuel Sérgio.
O elenco incluía dez homens e
nove mulheres tendo o espetáculo sido levado à cena por nove vezes, sempre com
lotação esgotada. O texto e as músicas ter-se-ão perdido, mas seria
interessante tentar recuperar esse espólio.
Segue uma letra que terá sido
destinada a uma cégada, ou integrado a Revista "Bustos em Cuecas". É
uma recolha do Eng. Neo Pato, que indica Manuel João Moleiro com sendo o autor:
"Bustos, terra santa,
Cercada de pinheirais
Onde toda a ave canta
Melros, Rouxinóis e Pardais
Há Patos e há Carriços,
E também há Piscos
Que não levam bordoada
Por não andarem metidos
Com outra passarada."
Este cartaz original é
propriedade de Manuel Simões Luzio Júnior, ao qual agradecemos, por o ter
cedido a título de empréstimo a fim de ser divulgado neste blog.
Foi no dia 1 de Janeiro, do
longínquo ano de 1938, que no Centro Recreativo de Instrução e Beneficência, se
deu a última representação da peça "Bustos Em Cuecas", anunciada em
cartaz, com tiragem de 1000 exemplares, impressos na tipografia S. Tavares
Alves, em Anadia.
Logo depois da hora do espetáculo,
21 horas, pode ler-se: “Última representação com 4 números novos da Revista
Regional Fantasia, que tanto sucesso tem alcançado nas representações
anteriores BUSTOS EM CUECAS.”
Com letras de David Pessoa e 26
músicas originais de Emitério Fernandes, também maestro da orquestra que
acompanhou o espetáculo, a Revista era composta por dois actos. O primeiro
incluía a Abertura e 12 quadros (Mocidade/Recepção/Regedor e Seus Cabos/O Homem
do foguete e a sua Música/As Papoilas/ O Vagabundo “Fado”/As Saias Curtas/Zé e
Rosalina/Os Cavadores/A Luta de S.Pedro-S.Lourenço/O Telefonista/ As Ceifeiras
- apoteose). Do segundo acto faziam parte 14 quadros (Ao Amanhecer/O
Mercado/Tremoceiras/Broa e Pão de Trigo/Bombeiros/Tango/Tabernas e Seus
Frequentadores/Os Homens das Aflições/Foot-Ball/As Leiteiras/O Operado a
Carteirótomia/O Vaidoso/A Desfolhada/O Trabalho - apoteose).
Os atores:
David Pessoa (Bustos), Manuel da
Cruz Sérgio (O Engenheiro), Clarinda de Oliveira (O Regedor), Maria Rosa da
Silva Tarrafo, Ercilia Simões da Silva, Cilia Silva, Maria Micaelo Aires, Maria
Rosa Tarrafo, Estrela Simões Pessoa, Labinia Correia, Clarinda Pedro, Maria dos
Anjos Martins, Maria Mota, José Valério, João Pedro, Laurindo Capão, David
Correia, Manuel Aires, João Sérgio, Manuel Tarrafo, António Tarrafo, Manuel da
Silva, Manuel Simões Luzio, Manuel Barroco, Virgilio Silva e Manuel Simões
Micaelo.
Outros participantes:
Ponto: Jorge Nelson Micaelo
Contra Regra: David Ferreira da
Silva
Caracterizadores: José Vieira e
José de Pinho de Aveiro
Guarda-roupa: Propriedade da
Revista e da Casa Valverde do Porto
A foto revela um friso de jovens bustuenses, em 1937, na
Revista “Bustos em Cuecas”. Da
esquerda para a direita: David Pessoa (o “compère”, juntamente com o Manel
Sérgio); Rosa do Tarrafo (ou do Campolargo); Ercília do Herculano (irmã da
prof.ª Zairinha); Célia do Caçalho; Estrela Carradas (mulher do David Pessoa);
Maria Mota (do Sobreiro); Clarinda do João Pedro; Lavínia do Correia; Maria
Figueiredo (minha tia); Maria Rosa do Tarrafo (mulher do Mário da Barroca) e o
Manuel Micaelo (pai do Vasco).
Acrescentando algo à história da
revista, aliás relatada a págs. 31 do livro do Arsénio Mota: “Bustos –
elementos para a sua história":
Os ensaios da banda de música, sob a batuta do maestro Emitério Fernandes, decorriam no sótão da demolida casa da minha avó (aqui mesmo), banda que incluía, além doutros, os seguintes músicos: Zé Valério, Figueiredo e Manuel Tarrafo (irmão da Rosa). O meu tio Figueiredo também fazia o papel do Sebastião da Reizinha (bêbado), tal como o Zé Valério desempenhava a figura do Abílio Crespo, a “andar à bosta”, dizendo a célebre frase, quando perguntado sobre o que andava a fazer: ”vou à bosta para tapar a boca à minha mãe”.
Os ensaios da banda de música, sob a batuta do maestro Emitério Fernandes, decorriam no sótão da demolida casa da minha avó (aqui mesmo), banda que incluía, além doutros, os seguintes músicos: Zé Valério, Figueiredo e Manuel Tarrafo (irmão da Rosa). O meu tio Figueiredo também fazia o papel do Sebastião da Reizinha (bêbado), tal como o Zé Valério desempenhava a figura do Abílio Crespo, a “andar à bosta”, dizendo a célebre frase, quando perguntado sobre o que andava a fazer: ”vou à bosta para tapar a boca à minha mãe”.
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