31 de dezembro de 2013
29 de dezembro de 2013
O CASAMENTO DE MANUEL DOS RÁDIOS
A propósito da publicação do texto e reportagem sobre a coleção de rádios do "nosso" Manuel da Radiolândia (abaixo), aqui evocamos o seu casamento numa fotografia tirada junto ao altar da igreja velha. Falta agora identificar os participantes, para o que pedimos a colaboração dos leitores, pois no grupo de meninas apenas conseguimos identificar quatro. Na frente do noivo, Dina Costa, e na frente da noiva, Cândida Costa. As duas meninas de chapéu são as irmãs Airinda e Anilda Santos. (Clique sobre a foto para a ampliar)
RADIOLÂNDIA de MANUEL DOS RÁDIOS
26 de dezembro de 2013
O BARRILITO VISTO DO CÉU
Há dias visitei o Google Earth (http://earth.google.com/) onde podemos ver
o planeta através de imagens de satélite. Dirigi-me para Portugal e fui à
procura de Bustos. Ampliei a imagem e encontrei o nome de Aveiro e depois
Oliveira do Bairro, Vagos, Sangalhos, Oiã. Não vi o nome de Bustos aparecer na
imagem, nem o nome da Palhaça, nem o da Mamarrosa ou do Troviscal. Mas não
desisti, segui a estrada de Oliveira do Bairro para Bustos, passei pela Póvoa
do Forno, o Porto Clérigo (ou Crelgo ou Crelbo), Feiteira e vi aparecer a
rotunda da Ti Maria, no Sobreiro.
Já estava em território conhecido e segui para o centro de Bustos. Um pouco adiante parei, entusiasmado com o que via e não me refiro ao “Submundo”. Ali, no cruzamento da Rua Jacinto dos Louros com a Rua do S. João via o edifício onde, de acordo com alguns, funciona o Centro Social do Sobreiro ou, segundo o falecido Sr. Manuel dos Santos (da Barroca), uma das “sedes” da Junta de Freguesia.
Já estava em território conhecido e segui para o centro de Bustos. Um pouco adiante parei, entusiasmado com o que via e não me refiro ao “Submundo”. Ali, no cruzamento da Rua Jacinto dos Louros com a Rua do S. João via o edifício onde, de acordo com alguns, funciona o Centro Social do Sobreiro ou, segundo o falecido Sr. Manuel dos Santos (da Barroca), uma das “sedes” da Junta de Freguesia.
Como já se aperceberam estou a falar do famoso restaurante e
snack-bar “Barrilito” que pertence ao amigo Agostinho Pires. É ali que se
juntam “as pessoas mais distintas de Bustos” como eu próprio, o Amândio (Menino
Jesus) Ferreira, o Mário Justiniano, o Humberto (Chico) Reis Pedreiras, o Mário
Canão, os irmãos Mário e Carlos Canão, o Mário Grangeia (Chico da Carne), o
Belino Costa, o Oscar Santos, o Sérgio Ferreira, o Virgílio e Diamantino
Ribeiro, o António Sá, o António Romão (da Póvoa), o António Romão (da
Azurveira), o Gil (da Cluna, aliás Coluna), o Ferreira, o Manuel Fabiano, o
Mário Graça, o Jó Duarte, o Adélio e Mário Santos (da Barroca), o Mário Pires,
o Alberto (Caçalho) entre muitos outros.
É no Barrilito que, ao fim da tarde, podemos falar um pouco com os amigos, comer um petisco e beber um copo de vinho tendo a simpática supervisão do Agostinho. Notem que só mencionei nomes de homens porque, na verdade, raras mulheres vi por lá. Lembrei-me disso quando recentemente estive em Jerusalém para participar numa reunião da Federação Europeia de Microbiologia (que inclui Israel). Em dado momento fui a um café na cidade velha frequentado por palestinianos. Estava acompanhado pela Presidente da Federação que me perguntou se não notava alguma coisa estranha.
Olhei em redor com toda a atenção. Os homens, alguns deles com roupas tradicionais, fumavam cachimbos de água e bebiam café turco ou chá, enfim nada de especial tendo em conta o local. Respondi que não via nada de estranho e ela espantou-se dizendo: “ Então não vês que tirando eu só há homens. É a tradição muçulmana, os cafés palestinianos são só frequentados por homens porque as mulheres ficam em casa.”
Confesso, fiquei um pouco envergonhado por não ter notado a ausência de mulheres no café, mas nada disse. E ainda menos referi a “tradição muçulmana” de Bustos, lembrando-me que alguns cafés da minha terra são quase exclusivamente frequentados por homens, pensando no Barrilito onde muito raramente entram mulheres, e quando entra uma logo alguém dá o alerta avisando os amigos para não dizerem palavrões.
Mas voltemos à nossa viagem vista do céu. Em volta do Barrilito descobri, por exemplo, a carrinha do Chico da Carne parada em frente da casa e descobri, estacionado ao lado do snack-bar, um automóvel branco. Parei ali, estava perante uma visão capaz de provocar o meu espanto. O carro branco só podia ser o Renault do Chico Pedreiras, o satélite espião tinha apanhado o Chico com a boca na botija…
É no Barrilito que, ao fim da tarde, podemos falar um pouco com os amigos, comer um petisco e beber um copo de vinho tendo a simpática supervisão do Agostinho. Notem que só mencionei nomes de homens porque, na verdade, raras mulheres vi por lá. Lembrei-me disso quando recentemente estive em Jerusalém para participar numa reunião da Federação Europeia de Microbiologia (que inclui Israel). Em dado momento fui a um café na cidade velha frequentado por palestinianos. Estava acompanhado pela Presidente da Federação que me perguntou se não notava alguma coisa estranha.
Olhei em redor com toda a atenção. Os homens, alguns deles com roupas tradicionais, fumavam cachimbos de água e bebiam café turco ou chá, enfim nada de especial tendo em conta o local. Respondi que não via nada de estranho e ela espantou-se dizendo: “ Então não vês que tirando eu só há homens. É a tradição muçulmana, os cafés palestinianos são só frequentados por homens porque as mulheres ficam em casa.”
Confesso, fiquei um pouco envergonhado por não ter notado a ausência de mulheres no café, mas nada disse. E ainda menos referi a “tradição muçulmana” de Bustos, lembrando-me que alguns cafés da minha terra são quase exclusivamente frequentados por homens, pensando no Barrilito onde muito raramente entram mulheres, e quando entra uma logo alguém dá o alerta avisando os amigos para não dizerem palavrões.
Mas voltemos à nossa viagem vista do céu. Em volta do Barrilito descobri, por exemplo, a carrinha do Chico da Carne parada em frente da casa e descobri, estacionado ao lado do snack-bar, um automóvel branco. Parei ali, estava perante uma visão capaz de provocar o meu espanto. O carro branco só podia ser o Renault do Chico Pedreiras, o satélite espião tinha apanhado o Chico com a boca na botija…
Segui em frente pela Rua Jacinto dos Loiros e concluí que a imagem de satélite não era recente, o Largo da Igreja aínda não tinha sido transformado em Praça Vermelha. A foto deve ter sido tirada por volta do meio-dia, provavelmete no Verão porque as árvores têm folhas muito verdes. Não vi o carro vermelho do Sr. Manuel Luzio (que tratava constantemente de todos os assuntos da freguesia) estacionado ao lado da Junta, presumo que teria ido a casa almoçar, e não estava à espera de ver os automóveis dos outros membros da Junta que pouco lá vão. É também possível que a imagem tenha sido tirada a um sábado mas, seguramente, nunca ao domingo, pois o Barrilito está fechado ao domingo e assim o carro do Chico não teria sido fotografado.
É impressionante o que se pode ver nas imagens de satélite no Google Earth, é fantástico como podemos viajar pelos locais mais próximos ou mais recônditos do mundo. O que me deixou a pensar nas imagens dos satélites militares dos Estados Unidos. Esses observam tudo tão pormenorizadamente que até são capazes de dizer: “Coisa estranha, o Chico hoje não fez a barba!”
Milton Costa
[publicado em 15/09/2005, aqui]
__
Nota da redação: 5 anos depois, o Google Maps dava conta duma bicicleta à porta do santuário. A imagem só pode ter sido obtida bem de manhã, à hora do café e bagaço...
24 de dezembro de 2013
PAI NATAL: É PRECISO ACREDITAR...
...QUE O SORRISO DE QUEM PASSA É UM BEM P'RA SE GUARDAR.
[clicar para ouvir]
NATAL
Natal
Foi tudo tão pontual
Que fiquei maravilhado.
Caiu neve no telhado
E juntou-se o mesmo gado
No curral.
Nem as palhas da pobreza
Faltaram na manjedoira!
Palhas babadas da toira
Que ruminava a grandeza
Do milagre pressentido.
Os bichos e a natureza
No palco já conhecido.
Mas, afinal, o cenário
Não bastou.
Fiado no calendário,
O homem nem perguntou
Se Deus era necessário…
E Deus não representou.
Miguel Torga
(1907-1995)
Fotos de Sérgio
Pato
ADERCUS NA GALA DA ASSOCIAÇÃO DE ATLETISMO DE AVEIRO
A Gala anual da Associação de Atletismo de Aveiro (AAA) decorreu no sábado
à tarde, no Centro de Congressos de Aveiro, na qual a ADERCUS recebeu cinco
distinções.
O evento reuniu na mesa de honra os Presidentes da Federação
Portuguesa de Atletismo, Câmara Municipal de Aveiro, da mesa da assembleia da
AAA, da direcção da AAA e outros representantes autárquicos de Aveiro, Vagos,
Oliveira do Bairro e Santa Maria da Feira.
No uso da palavra, Jorge Vieira, actual presidente da Federação
Portuguesa de Atletismo, realçou a quantidade de agentes que a AAA consegue
mobilizar para todas as reuniões nas quais tem estado presente, que na sua
opinião espelha a força do dinamismo que se vive na modalidade no nosso
distrito e a quantidade de resultados alcançados que merecem distinção espelha
o excelente trabalho que os clubes têm desenvolvido.
António Mota, Sofia Almeida, Beatriz Rodrigues, Carla Martinho e Ricardo
Esteves.JPG
O Eng. Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro,
destacou que em tempos de crise, que se fala de tantas coisas negativas, é
extremamente salutar que se destaquem êxitos, porque o povo Português pode-se
orgulhar desde sempre de grandes feitos e, em particular, o atletismo aveirense
tem produzido um conjunto de resultados a nível nacional e internacional, dos
quais nos devemos orgulhar.
Sofia Almeida_GalaAAA2013
Quanto aos prémios recebidos pela equipa de atletismo da Serena de
Oliveira do Bairro, a primeira atleta distinguida foi Sofia Almeida, como a
melhor do escalão de Benjamins. Seguiu-se Beatriz Rodrigues, como a melhor
Iniciada, Sara Carvalho foi reconhecida como atleta Internacional Sénior, e
Carla Martinho recebeu a distinção de atleta campeã nacional Veterana de
corta-mato. António Mota, na qualidade de Presidente da Direção da ADERCUS, recebeu
o prémio de equipa campeã nacional sénior feminina de corrida de montanha.
ADERCUS
23 de dezembro de 2013
JÁ FORAM ARTIGOS DO LAR
Quando o rei faz anos lá me decido a acender o forno a lenha.
Voltarei a fazê-lo logo pela manhãzinha do dia de Natal.
E se não for para assar S. Majestade o Rei Leitão, será para dar destino a dois galos que tenho debaixo de olho para animar um almoço ou jantar de família ou entre amigos.
"Tertium non datur", dizem os latinistas, que é como quem diz: não existe uma 3ª opção, que por acaso até existe mas fica para mais tarde saborear.
Trago à lembrança o forno das nossas casas de aldeia porque o seu reacender nos leva a revisitar
- a escudela,
- a pá da broa,
- a pá dos folares da Páscoa,
- o rodo e
- o mexedor, também dito surriscador. (*)
Hoje são peças de museu atiradas para um esconso e esquecido canto dos anexos das nossas casas.
Os tempos de agora são outros: a globalização e as padarias made in Venezuela acabaram com o pão caseiro.
Os fornos a lenha e os molhos de vides têm os dias contados.
Por arrastamento, o leitão, a chanfana, o galo assado, a cabidela (postada debaixo do bácoro enquanto este pinga aquele delicioso molho aleitoado) virão a seguir.
Por arrastamento, o leitão, a chanfana, o galo assado, a cabidela (postada debaixo do bácoro enquanto este pinga aquele delicioso molho aleitoado) virão a seguir.
É pena, porque a comida tradicional tem outros sabores.
_____
(*) parece corruptela de "chorriscar", que significa grelhar, torrar, abrasar.
SÓBUSTOS: NATAL EM FAMÍLIA
No passado sábado, a SÓBUSTOS festejou o Natal em verdadeira Família.
Foi bonito sentar na mesma sala acolhedora os idosos que residem na instituição,
acompanhados dos seus filhos...
...
netos,
...órgãos sociais e representantes da paróquia, da freguesia e do município.
Importa salientar que o município se fez representar por 2 bustuenses: o bustuense da Mamarrosa, Dr. Manuel Nunes, presidente da Assembleia Municipal e a bustuense do Sobreiro, Dra. Elsa Pires, vereadora da Educação, Cultura, Ação Social e Habitação.
Mas mais bonito foi assistir mais uma vez ao excelente trabalho de todas as funcionárias da SÓBUSTOS.
Desde a sua apresentação e eficiência, passando pela qualidade da alimentação e de todo o serviço prestado, o que se viu comprova que a solidariedade social, servida com empenho e carinho, não são palavras vãs na SÓBUSTOS.
A SÓBUSTOS está bem viva e recomenda-se.
*
BOM NATAL !!
21 de dezembro de 2013
AS CRÓNICAS DE “BUSTOS DO PASSADO E DO PRESENTE”
EM CUECAS
Óscar Santos
A Revista “Bustos em Cuecas”
subiu ao palco em 1937, depois de três anos de ensaios. O ensaiador era David
Pessoa, alfaiate e comerciante, o diretor musical Emitério Fernandes, da
Palhaça, e o compére, Manuel Sérgio.
O elenco incluía dez homens e
nove mulheres tendo o espetáculo sido levado à cena por nove vezes, sempre com
lotação esgotada. O texto e as músicas ter-se-ão perdido, mas seria
interessante tentar recuperar esse espólio.
Segue uma letra que terá sido
destinada a uma cégada, ou integrado a Revista "Bustos em Cuecas". É
uma recolha do Eng. Neo Pato, que indica Manuel João Moleiro com sendo o autor:
"Bustos, terra santa,
Cercada de pinheirais
Onde toda a ave canta
Melros, Rouxinóis e Pardais
Há Patos e há Carriços,
E também há Piscos
Que não levam bordoada
Por não andarem metidos
Com outra passarada."
Este cartaz original é
propriedade de Manuel Simões Luzio Júnior, ao qual agradecemos, por o ter
cedido a título de empréstimo a fim de ser divulgado neste blog.
Foi no dia 1 de Janeiro, do
longínquo ano de 1938, que no Centro Recreativo de Instrução e Beneficência, se
deu a última representação da peça "Bustos Em Cuecas", anunciada em
cartaz, com tiragem de 1000 exemplares, impressos na tipografia S. Tavares
Alves, em Anadia.
Logo depois da hora do espetáculo,
21 horas, pode ler-se: “Última representação com 4 números novos da Revista
Regional Fantasia, que tanto sucesso tem alcançado nas representações
anteriores BUSTOS EM CUECAS.”
Com letras de David Pessoa e 26
músicas originais de Emitério Fernandes, também maestro da orquestra que
acompanhou o espetáculo, a Revista era composta por dois actos. O primeiro
incluía a Abertura e 12 quadros (Mocidade/Recepção/Regedor e Seus Cabos/O Homem
do foguete e a sua Música/As Papoilas/ O Vagabundo “Fado”/As Saias Curtas/Zé e
Rosalina/Os Cavadores/A Luta de S.Pedro-S.Lourenço/O Telefonista/ As Ceifeiras
- apoteose). Do segundo acto faziam parte 14 quadros (Ao Amanhecer/O
Mercado/Tremoceiras/Broa e Pão de Trigo/Bombeiros/Tango/Tabernas e Seus
Frequentadores/Os Homens das Aflições/Foot-Ball/As Leiteiras/O Operado a
Carteirótomia/O Vaidoso/A Desfolhada/O Trabalho - apoteose).
Os atores:
David Pessoa (Bustos), Manuel da
Cruz Sérgio (O Engenheiro), Clarinda de Oliveira (O Regedor), Maria Rosa da
Silva Tarrafo, Ercilia Simões da Silva, Cilia Silva, Maria Micaelo Aires, Maria
Rosa Tarrafo, Estrela Simões Pessoa, Labinia Correia, Clarinda Pedro, Maria dos
Anjos Martins, Maria Mota, José Valério, João Pedro, Laurindo Capão, David
Correia, Manuel Aires, João Sérgio, Manuel Tarrafo, António Tarrafo, Manuel da
Silva, Manuel Simões Luzio, Manuel Barroco, Virgilio Silva e Manuel Simões
Micaelo.
Outros participantes:
Ponto: Jorge Nelson Micaelo
Contra Regra: David Ferreira da
Silva
Caracterizadores: José Vieira e
José de Pinho de Aveiro
Guarda-roupa: Propriedade da
Revista e da Casa Valverde do Porto
A foto revela um friso de jovens bustuenses, em 1937, na
Revista “Bustos em Cuecas”. Da
esquerda para a direita: David Pessoa (o “compère”, juntamente com o Manel
Sérgio); Rosa do Tarrafo (ou do Campolargo); Ercília do Herculano (irmã da
prof.ª Zairinha); Célia do Caçalho; Estrela Carradas (mulher do David Pessoa);
Maria Mota (do Sobreiro); Clarinda do João Pedro; Lavínia do Correia; Maria
Figueiredo (minha tia); Maria Rosa do Tarrafo (mulher do Mário da Barroca) e o
Manuel Micaelo (pai do Vasco).
Acrescentando algo à história da
revista, aliás relatada a págs. 31 do livro do Arsénio Mota: “Bustos –
elementos para a sua história":
Os ensaios da banda de música, sob a batuta do maestro Emitério Fernandes, decorriam no sótão da demolida casa da minha avó (aqui mesmo), banda que incluía, além doutros, os seguintes músicos: Zé Valério, Figueiredo e Manuel Tarrafo (irmão da Rosa). O meu tio Figueiredo também fazia o papel do Sebastião da Reizinha (bêbado), tal como o Zé Valério desempenhava a figura do Abílio Crespo, a “andar à bosta”, dizendo a célebre frase, quando perguntado sobre o que andava a fazer: ”vou à bosta para tapar a boca à minha mãe”.
Os ensaios da banda de música, sob a batuta do maestro Emitério Fernandes, decorriam no sótão da demolida casa da minha avó (aqui mesmo), banda que incluía, além doutros, os seguintes músicos: Zé Valério, Figueiredo e Manuel Tarrafo (irmão da Rosa). O meu tio Figueiredo também fazia o papel do Sebastião da Reizinha (bêbado), tal como o Zé Valério desempenhava a figura do Abílio Crespo, a “andar à bosta”, dizendo a célebre frase, quando perguntado sobre o que andava a fazer: ”vou à bosta para tapar a boca à minha mãe”.
19 de dezembro de 2013
BUSTOS - CEMITÉRIO. INFORMAÇÃO
Uma saqueta de plástico não conseguiu proteger o "apelo" afixado no portão da entrada principal do cemitério de Bustos.
No apelo que está assinado pelo presidente da junta de freguesia, lê-se:
(
…) «à população utilizadora do mesmo o seguinte:»
«- dentro deste mantenham o silêncio tanto
quanto possível;”
«- mantenham este lugar o
mais limpo possível, pois só assim dignificamos este que um dia será o nosso
lugar eterno.»
17 de dezembro de 2013
ADERCUS EM PROVAS DE FIM DE ANO
A actividade competitiva da ADERCUS tem
passado pela participação em corridas de estrada, e agora nas tradicionais
provas de fim-de-ano, designadas de S. Silvestre. Caldas da Rainha, Lisboa,
Porto e Ponta Delgada foram algumas da localidades onde os atletas da equipa de
Oliveira do Bairro estiveram em competição.
Carla Martinho destacou-se na corrida de
“S. Silvestre Cidade do Porto”, disputada no domingo ao fim da tarde, tendo
sido a 4ª classificada da Geral feminina e a vencedora entre as atletas já veteranas.
A atleta bairradina realizou a sua melhor marca em corridas de estrada de
10.000m, tendo cortado a meta com um registo de 34min32seg.
O pódio da prova da cidade invicta teve
como vencedora a atleta sportinguista Carla Salomé Rocha, seguida da companheira
de equipa Catarina Ribeiro, 2ª classificada, e, Doroteia Peixoto (Maratona CP)
foi a 3ª. Joana Nunes, também da ADERCUS, foi a 9ª classificada Sénior.
No sábado à noite, em S. Miguel, nos
Açores, Sara Carvalho foi também a 4ª classificada da corrida de S. Silvestre,
Superada por Sandra Teixeira (Sporting CP), que foi a vencedora, Silvana Dias
(UD Várzea), 2ª, e Marta Pen (SL Benfica), 3ª. Elizabete Azevedo, da ADERCUS,
também esteve em competição, tendo sido a 11ª.
Também no passado dia 8 de dezembro, um
trio de atletas feminino composto por Carla Martinho, Joana Nunes e Elisabete
Azevedo, acompanhadas pelo veterano Luís Silva, participaram na tradicional
“Volta a Paranhos”, no Porto.
A prova que se disputou também num
traçado de 10.000m, teve mais uma vez os atletas da equipa da Serena de
Oliveira do Bairro a disputar lugares cimeiros, com Carla Martinho a
classificar-se no 5º lugar, Joana Nunes 7ª, Elisabete Azevedo 11ª, e no sector
masculino Luís Silva foi o 13º da classificação geral.
Em Lisboa, na mesma data, o atleta
sénior António Moreira correu a meia-maratona dos descobrimentos, na qual bateu
por larga margem o seu record pessoal na distância, tendo sido o 7º
classificado, com um novo registo pessoal de 1h11min30seg.
No dia 7 de dezembro, Sara
Carvalho foi a 2ª classificada da “Corrida pela Vida”, disputada nas Caldas da
Rainha. A vencedora foi a atleta Ana Ferreira (GD Estreito), e a sportinguista
Clarisse Cruz foi quem fechou o pódio, na 3ª posição.
É NATAL!
Imagens da Festa de Natal das crianças das escolas de Bustos e Mamarrosa no pavilhão desportivo do IPSB.
Fotos de Sérgio Pato
13 de dezembro de 2013
CRÓNICAS DE "BUSTOS DO PASSADO E DO PRESENTE"
“Eloi do Belenenses”
garante a vitória dos Gavetas
Sérgio Ferreira
Grande tarde de futebol num pelado da Bairrada-Sul fora
anunciada durante toda a semana.
O staff junta-se à sede do Futebol Club de Bustos
instalada ali por cima da loja do António Nariz. Do outro lado, da sede dos Azuis
de Bustos, os Canecas metralham os da banda de lá da rua com provocações – é
melhor já deixarem a bandeira a meia-haste; levem cabazes com fartura que a
safra vai ser boa, etc. O astral dos Gavetas ficou tão em baixo que nem sequer
retorquiram. Por se antever um jogo de arromba, a deslocação fez-se de
automóvel. Lino Rei, que acumulava as funções de director e treinador, olheiro
e aguadeiro, patrocinador e carola [passadas décadas a situação repete-se, não
é Dr. Fernando Vieira!] leva o seu bruto espada Dodge e contrata o serviço de
aluguer a Manuel Pardal com o Chevrolet e a Júlio Barreiro com o carro montado
por ele, até parecia falar esperanto: carroçaria Nash, motor Ford, e o mais que
tivesse à mão. O certo é que o trabalhar do motor parecia um relógio suíço. O
Pardal das bicicletas fora o primeiro a chegar e impacientava-se pela demora do
Júlio Barreiro. “O Júlio C. sabe que eu não ando a mais de quarenta”,
vociferava. Partida debaixo de arruaça dos canecas, a caravana desvia-se no
Sobreiro pelos cinco caminhos e pára em frente à Adega Social – Casa de
almoços, jantares e ceias, frequentada pela “mais selecta clientela” de Aveiro
e arrabaldes. Era habitual haver animação com espectáculos ao vivo. Fados,
guitarradas, bailados, ilusionismo e outras variedades. Poesia pelo 5 de
Outubro e pela independência. Um luxo para a época.
O Lino Rei entra. Demora-se e o Manuel Pardal
inconformado com a demora, exclama: “se não fosse esta paragem já íamos a
entrar na Caneira”.
Mal completou a frase sai o Lino Rei na companhia de um
reforço da equipa. E lá vão de abalada na louca velocidade imposta pelo Pardal.
Viagem sem sobressaltos mas com os solavancos nos
buracos do macadame acompanhados pela poeira a anunciar a viagem dos gavetas.
Chegada ao campo. Mal saem das viaturas. Ouve-se uma
boca: Olhem que “eles” estão reforçados com jogadores da Académica. Até parecia
que os canecas tinham aqui uma sucursal. Zé Valério, repentista, dá o troco: “E
nós trouxemos o Eloi do Belenenses!”. E vira as costas. Deu-lhes um baque.
– Era sabido que a equipa de Belém, após defrontar o FCPORTO no campo da
Constituição, e de regresso ao Sul, alguns jogadores passavam por Bustos onde
eram recebidos por Manuel Sérgio que chegou a ser um grande mecenas dos Azuis
das Salésias. Além disso, era também do conhecimento através dos jornais a
realização de um jogo amigável com a sua filial, no Campo do Dr. M. Santos
Pato. Jantarada e bailarico, vestidos e fatos a estrear completavam o cardápio
da visita.
Começa o jogo. A bola sempre em bolandas de lá para cá e
de cá para lá. A assistência caseira só põe os olhos nas intervenções do famoso
interior Eloi, emprestado pela equipa da Cruz de Cristo. A despropósito,
no intervalo, a assistência prolongou os comentários do futebol praticado pelos
gavetas, filial do F.C. Porto, até às célebres torres de Belém (Capela, Vasco e
Feliciano). E o teimoso zero a zero já se mostrava um resultado favorável para
os anfitriões.
Entretanto surge uma falta a meio campo a nosso favor e
o Lino Rei faz um sinal mágico ao Eloi. O reforço dos Gavetas dispara um
estoiro com tal gana que a bola parecia ir para as nuvens, mas num ápice ela
muda de trajectória, desce como se fosse um míssil teleguiado e quando o
“keeper” se estica para a agarrar, já ela estava a adoçar as malhas da rede.
Um golão que pôs a assistência em delírio, mesmo a
afecta à equipa da casa, e que veio a ser o da vitória. O caso não era para
menos, tinham assistido à marcação de um golo do gand’Eloi.
No fim do jogo havia merenda numa afamada casa de pasto.
O serviço estava demorado e o Zé Valério, sorrateiramente, vai à cozinha, que
no momento estava vazia. Vê um grande tacho com chanfana, já cozinhada,
destinada aos estudantes da Briosa (este o título de um jornal da academia
criado e dirigido pelo Dr. Manuel Santos Pato, quando estudante coimbrão). Rapa
o pitéu do fogão e põe na mesa. A energia e o pundonor postos no jogo
continuaram na devora da cabra a meio-dente, preparada com receita do Buçaco,
acompanhada de batatas abertas ao meio, cozidas com pele e grelos da meia
encosta. A fogaça ainda estava quente a sair do forno. A picheira foi renovada
várias vezes. O pipo estava de plantão ao lado da mesa. Ainda houve tempo para
ao remate final, a aletria com a canela a desenhar a quadrícula. Enfim, foi um ver
se te avias. E a liturgia do acto foi cumprido em silêncio quase absoluto para
não levantar suspeitas. Chega a trupe de estudantes, equipada a rigor de capa e
batina e chanfana,... viste-la. Felizmente aceitaram a partida pregada. Até
justificaram. Não era todos os dias que estavam na companhia de um virtuoso da
bola.
O famoso Eloi era o Neo Pato
Em suma, os gavetas reforçados com o Eloi
venceram e convenceram no campo e na secretaria (mesa).
Só que o famoso Eloi era o Neo Pato – um caneca, na
ocasião estudante na faculdade de Engenharia do Porto, por isso desconhecido da
malta de Coimbra, que na arte da bola aprendera a lição do seu colega da defesa
Joaquim Pintor, também caneca de corpo inteiro, que lhe dizia muitas vezes
durante os jogos: “aguente daí seu Neozinho... que daqui não passa nenhum”. O
Lino Rei, um orientador técnico perspicaz, convidara o Neo para reforçar a
equipa. A demora havida na Adega Social foi justificada mais tarde: os dois
aproveitaram para acertar pormenores para trazer um grupo de variedades de
Lisboa que estava a actuar no Casino de Espinho.
Constou-se que, no regresso, o Pardal dos patos levou o
Chevrolet a atingir uns estonteantes quarenta e um quilómetros por hora. Dizia
para os seus botões: “para a notícia chegar mais cedo”.
Só que o sabor da vitória das gavetas durou apenas o
percurso da viagem. Mal os canecas souberam que o Neo Pato tinha marcado o golo
que deu a vitória, de imediato reclamaram como sendo sua. Não foi preciso
atirar mais achas p’ra fogueira.
E, no centro de Bustos, a rivalidade revoltou à
normalidade.
11 de dezembro de 2013
HÁ MÚSICA NO MUSEU CONCERTO DE NATAL
CORO DE CÂMARA DA BAIRRADA
TERÇA-FEIRA, ÀS 18H00,
NO TROVISCAL
O ciclo “Há Música no Museu”, regressa ao Museu de
Etnomúsica da Bairrada, Troviscal, no próximo dia 17 de Dezembro, às 18.00
horas, com a realização do Concerto de Natal, em parceria, tal como vem sendo
habitual, com a Escola de Artes da Bairrada. Assim e como espaço privilegiado,
a sala de exposição do Museu, ira receber o Coro de Câmara da Bairrada,
voltando a encher-se de música, prometendo proporcionar um fim de tarde
agradável e diferente a todos os que nos visitarem, celebrando a quadra
natalícia e encerrando mais um ano de programação cultural no Museu de
Etnomúsica da Bairrada.
Venha viver o Natal no Museu, a entrada é gratuita.
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