áfrica
Campos desesperadamente verdes
Queimadas fazendo a noite eterna
Batuques que nenhum vento cala
À sombra das acácias para um descanso
A garganta áspera em mil sedes
O pó infiel que nos governa
A morte triste na ponta de uma bala
Para falecer com um olhar triste e manso
Temos apenas vinte anos
E não sabemos o que nos espera
Atravessamos a sinistra picada
Com a vida já mais que perdida
A próxima mina destrói todos os enganos
Um morteiro que mata toda quimera
Chorar por ti não serve de nada
Nenhum pranto te devolve a vida
África, prostituímos a tua linda terra
Violamos a tuas indefesas mulheres
E roubamos os teus gados
E aos teus homens lhes impusemos castigos
Pagamos com corpos essa guerra
Com as nossas vidas se preferes
Espero que hoje estejamos perdoados
E que voltamos a ser amigos.
Chacaito
(Caracas)
21.Outubro.1995
in CARLOS LUZIO (10.08.1947 - 27.09.2004) , pescador de sonhos – POEMAS DE GUERRA, edição póstuma. Bustos.2005
Registos da Guerra Colonial (Angola):
A Vila ou Cidade "Salazar" do tempo colonial é (e era a já conhecida) N'dalatando.
com a devida vénia para N’dalatando City Guide & Information
As fotos cedidas por Andriano Simões, militar mobilizado
para o teatro de guerra em Angola, fixam dois momentos a merecer uma nota de
memória.
Mais uma recolha de Sérgio Pato, que estava em arquivo há
vários meses.
Um bem haja aos intervenientes deste post.
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