Fundamentalismo, Oportunismo e Burrice (1), artigo de Armando Humberto - PS Oliveira do Bairro
[Governo de Costa versus Ensino Privado - contratos de associação]
Não será de mais salientar a
importância de mantermos e aprofundarmos uma escola integradora, uma escola que
perceba que o ponto de partida das crianças é diverso e por isso as respostas
também têm que ser diversas, e que é uma aberração querermos logo no final do
primeiro ciclo realizar exames para avaliar e começar a seriar. De resto o
mesmo se aplica à saúde, temos que ter um sistema de saúde que permita o acesso
a cuidados de saúde a todos com qualidade. Escola e saúde de qualidade para
todos são de resto dois dos pilares mais fundamentais da utopia de Abril, que
temos todos a obrigação de aprofundar.
A escola e a saúde são tão importantes
que o estado deve ter uma posição dominante nestes setores, daí a importância
de zelarmos pela escola pública e pelo serviço nacional de saúde, mas a nossa escola
e a nossa saúde foram construídas em diversidade, num regime de coexistência
entre público e privado, porque se entendeu que os privados podem trazer
investimento que é necessário para dar resposta às necessidades das pessoas, e porque
se entendeu que os privados podem trazer novos métodos, inovação ao nível da
organização e gestão que pode melhorar o sistema como um todo. De resto a
introdução do regime fundacional no ensino superior, por um governo do PS, é
exatamente um passo claro neste sentido. E de resto, este foi o entendimento
dominante no Portugal de Abril. Um entendimento que hoje por mero
fundamentalismo e oportunismo se quer colocar em causa. Aquilo que se passa no
ensino é em tudo análogo ao que se passa na saúde, com a existência de operadores
públicos e privados ambos a prestarem serviços e a serem financiados pelos
impostos de todos nós. Mas ninguém propõe, pelo menos para já, acabar com essa
situação na saúde. Porque para o fazer o estado teria que construir dezenas de
novos hospitais e não tem meios para isso. No ensino é diferente, fruto da
redução do número de alunos, o estado pode descartar os privados sem ter que
realizar qualquer investimento. Mas nortear a política assim é puro
oportunismo, e a política deve ser norteada por valores. E o valor fundamental
é o da escola e da saúde de qualidade para todos, e isso é uma tarefa
gigantesca e de enorme importância, que precisamos de aprofundar todos os dias,
e para a qual precisamos de mobilizar a nossa sociedade. Não precisamos de
colocar público contra privado, isso foi aquilo que o anterior governo fez, foi
colocar privado contra o público, funcionários dos privados contra funcionários
público, pessoas no ativo contra reformados. Daí a burrice!
Esta medida
poderá ter um enorme impacto, na nossa região, onde ao longo de décadas quatro
projetos educativos cooperativos se enraizaram nas nossas comunidades: o IPSB
em Bustos, o Colégio Salesiano em Mogofores, o Colégio da Nossa Senhora da
Assunção em Famalicão, e o Colégio de Calvão em Vagos. Querer acabar com estes
projetos educativos, ou querer coloca-los em causa desta forma, é puro
fundamentalismo ideológico, oportunismo e burrice. Esta gente, que hoje quer
avançar com este disparate, desconhece a realidade, ou melhor só conhece a
realidade vista de um gabinete de Lisboa. E para que fique desde já bem claro, não
contem comigo para prestar servilismos a Lisboa.
Armando Humberto
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(1) Armando Humberto Pinto, “Fundamentalismo,
Oportunismo e Burrice”, artigo publicado Jornal da Bairrada, 2016.05.12.Sub-título e ilustração da responsabilidade de sérgio
micaelo ferreira.
Ora cá está um "socialista" que não é burro. Que se lixe o partido que lhe dá notoriedade e mais algum dinheiro (via Câmara) ao fim do mês, mas que está lá em Lisboa. O que lhe interessa são os amigos e as cumplicidades locais. Ideologia? Ideias e argumentos? Zero.Só lugares comuns e muito, muito oportunismo. Seria mais coerente se em face de tal divergência se demitisse do partido,ao qual, obviamente, não pertence.
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