A experiência registada pelas bibliotecas
da RLP
[Rede de Leitura Pública] confirma que estas
não podem nem devem substituir
as da inexistente rede escolar,
porque os respectivos objectivos são
diferentes.
(do Relatório sobre as Bibliotecas Públicas, aqui
O Relatório
sobre as Bibliotecas Públicas datado de 18 de Março’1996 ao tempo de Teresa
Patrício Gouveia (Secretária de Estado da Cultura) reúne informação que não devia
ser desconhecida pelo executivo camarário ao tomar a decisão de transferir a
Biblioteca de Bustos para o Bloco do 1º ciclo básico do Centro Escolar de
Bustos, sito no Sobreiro).
Cabe
à câmara municipal ser o motor principal da dinamização cultural na biblioteca
de Bustos, para atrair novos públicos. Dessa “intervenção relevante” ficou a
atuação do Grupo Poético em dias de Poesia… Casa quase vazia. Os diseures
mereciam mais consideração da parte do Poder.
Vejamos
excertos do Relatório que porventura o executivo irá estudar com alguma
atenção:
“2.2.
As Bibliotecas Municipais [p. 7/21]
(…)
Do
que nos foi dado observar parece-nos importante salientar os seguintes
aspectos:
. a
Biblioteca Pública tem já, entre nós, um impacto social que é revelador da
lacuna cultural que representa a sua ausência;
. o
Bibliotecário é um elemento chave no papel desempenhado pela biblioteca;
. nem todas as Câmaras Municipais
revelam a mesma sensibilidade para compreender a acção da biblioteca;
. os custos da biblioteca não são
vistos como investimento mas, quase sempre, apenas como despesas que devem ser
reduzidas ao mínimo;
. o
recurso à informática para gerir a biblioteca ainda é limitado, e é raríssimo o
acesso a ligações a redes de informação.
2.4.
Bibliotecas Escolares [p.s 9 e 10/21]
Neste
sector, desde há muito se diagnosticou que a situação é de grande carência: os
fundos documentais são reduzidos, o espaço é limitadíssimo e o pessoal que lhe
presta apoio irregular, não tem, na quase totalidade dos casos, a formação
técnica específica indispensável.
Face
a esta situação, são desajustadas e excessivas as expectativas relativamente às
BM por parte de professores e alunos.
A experiência registada pelas
bibliotecas da RLP [Rede de Leitura Pública] confirma que estas não podem nem
devem substituir as da inexistente rede escolar, porque os respectivos objectivos
são diferentes. A colaboração que institucionalizadamente lhes
venham a prestar pressupõe a indispensável afectação de recursos humanos e
financeiros suplementares por parte do Ministério da Educação e/ou das
Autarquias, em cujas Bibliotecas Municipais se pretenda instituir, com esse objectivo, um serviço de
apoio específico.
(…)
Lisboa,
18 Março 1996”
(fim dos excertos)
_______________________
NB. Os destaques a amarelo
foram sobrepostos pelo editor
Sem comentários:
Enviar um comentário