António Tavares, licenciado em Geografia e Planeamento Regional pela UNL Pós-graduado em Gestão do Território (UNL, fcsh), publicou no Blogue de Geografia um trabalho sobre as argilas de Aveiro, onde o caso de Bustos é apontado como exemplo. António Tavares é natural de Oliveira do Bairro e teve a amabilidade (em resposta a um contacto do Notícias de Bustos) de nos enviar o essencial da sua opinião sobre os Barreiros, assim como um conjunto de informações que muito irá valorizar o presente “dossier”. Mas antes dessa publicação (o que acontecerá amanhã) vale a pena transcrever (com a devida vénia) o essencial do texto Argilas Vermelhas da Região de Aveiro.
(…)
Caso de estudo, " Bustos"
As localidades de Vale da Malhada, Várzeas ou Barrinho da freguesia de Bustos, concelho de Oliveira do Bairro, a localidade de Maceiras da freguesia de Ouca, concelho de Vagos, constituem um conjunto de jazidas de argilas vermelhas, que fornecem as indústrias de cerâmica estrutural local .
As áreas extractivas totalizam cerca de 64,3 ha no concelho de Oliveira do Bairro, restando uma pequena parcela na freguesia de Ouca do concelho vizinho de Vagos. As concessões de extracção estão dadas às empresas da seguinte forma: "Só Argilas" do "Grupo PRECERAM" em 41,2 ha, "INARCE" com 13,6 ha e "Só Telha" com 9,5 ha. Da parte de concessão da "Só Argilas" estimava-se em 2001 um potencial de extracção de 400.000 ton/ano para um período de 10 a 13 anos. Na área a Sul das extracções ao longo da EM 333-1 encontram-se variadas indústrias de cerâmica estrutural enquadradas no PDM, Planta de Ordenamento de Oliveira do Bairro como Espaço Industrial.
Problemas ambientais nos Barreiros
Os problemas ambientais numa actividade de extracção de argilas começam com remoção do coberto vegetal e dessa forma conduz-se a uma alteração profunda dos biótopos. Com a continuação da remoção de terras e argilas resulta na interferência negativa na flora através das poeiras, e igualmente na fauna através do ruído e movimentos de veículos.
O maior barreiro de Bustos está localizado numa cabeceira sensivelmente na área de Vale da Malhada e Maceiras e desta forma interfere sobre os escoamentos superficiais e consequentemente na dinâmica fluvial, tanto para as linhas de água afluentes do Ribeiro Tabuaço a Sul como para as linhas de água para a Vala do Fontão a Norte (NE).
Ao nível da vegetação, a área dos barreiros está envolvida por sebes de coberto arbóreo de pinheiro-bravo, eucaliptos e espécies arbustivas como o tojo ou urze, sendo a fauna reduzida. Após consulta de alguns pareceres referidos em estudos de impacte ambiental sobre a recuperação paisagística, fica a ideia que, houve uma redução substancial das espécies arbustivas e consequente redução da fauna. Entre espécies arbustivas menos visualizadas são as típicas de zonas húmidas: (choupos-negros (Populus nigra L.), Salgueiro-preto (Salix atrocinerea Brot.),, juncos (Juncus sp.)) estas deveriam ter sido consideradas nas áreas das grandes lagoas artificiais. Também espécies mais raras como os pirliteiros, que segundo os estudos deveriam ter sido transladados e replantados.
Autor: António Tavares
Caso de estudo, " Bustos"
As localidades de Vale da Malhada, Várzeas ou Barrinho da freguesia de Bustos, concelho de Oliveira do Bairro, a localidade de Maceiras da freguesia de Ouca, concelho de Vagos, constituem um conjunto de jazidas de argilas vermelhas, que fornecem as indústrias de cerâmica estrutural local .
As áreas extractivas totalizam cerca de 64,3 ha no concelho de Oliveira do Bairro, restando uma pequena parcela na freguesia de Ouca do concelho vizinho de Vagos. As concessões de extracção estão dadas às empresas da seguinte forma: "Só Argilas" do "Grupo PRECERAM" em 41,2 ha, "INARCE" com 13,6 ha e "Só Telha" com 9,5 ha. Da parte de concessão da "Só Argilas" estimava-se em 2001 um potencial de extracção de 400.000 ton/ano para um período de 10 a 13 anos. Na área a Sul das extracções ao longo da EM 333-1 encontram-se variadas indústrias de cerâmica estrutural enquadradas no PDM, Planta de Ordenamento de Oliveira do Bairro como Espaço Industrial.
Problemas ambientais nos Barreiros
Os problemas ambientais numa actividade de extracção de argilas começam com remoção do coberto vegetal e dessa forma conduz-se a uma alteração profunda dos biótopos. Com a continuação da remoção de terras e argilas resulta na interferência negativa na flora através das poeiras, e igualmente na fauna através do ruído e movimentos de veículos.
O maior barreiro de Bustos está localizado numa cabeceira sensivelmente na área de Vale da Malhada e Maceiras e desta forma interfere sobre os escoamentos superficiais e consequentemente na dinâmica fluvial, tanto para as linhas de água afluentes do Ribeiro Tabuaço a Sul como para as linhas de água para a Vala do Fontão a Norte (NE).
Ao nível da vegetação, a área dos barreiros está envolvida por sebes de coberto arbóreo de pinheiro-bravo, eucaliptos e espécies arbustivas como o tojo ou urze, sendo a fauna reduzida. Após consulta de alguns pareceres referidos em estudos de impacte ambiental sobre a recuperação paisagística, fica a ideia que, houve uma redução substancial das espécies arbustivas e consequente redução da fauna. Entre espécies arbustivas menos visualizadas são as típicas de zonas húmidas: (choupos-negros (Populus nigra L.), Salgueiro-preto (Salix atrocinerea Brot.),, juncos (Juncus sp.)) estas deveriam ter sido consideradas nas áreas das grandes lagoas artificiais. Também espécies mais raras como os pirliteiros, que segundo os estudos deveriam ter sido transladados e replantados.
Autor: António Tavares
Sem comentários:
Enviar um comentário