4 de agosto de 2008

AGOSTO NA COSTA NOVA


vai o tempo em que Agosto era sinónimo de Costa Nova para muitas famílias de Bustos que chegavam à praia carregando panelas, mantas, colchões, couves, batatas e tudo o mais que fosse necessária para o mês de férias antecedendo o árduo labor da vindima.

Hoje em Bustos quase nãoagricultores quanto mais vindima! E na Costa Nova os bustuenses deram lugar aos espanhóis. É verdade, está cada vez mais espanhola a Costa Nova ainda que, com a chegada de Agosto, o francês faça uma indiscutível concorrência ao castelhano. São os emigrantes com os seus netos franceses insistindo em manter a tradição

Também na areia tudo é diferente. Não há filas de barracas alinhadas em carreiras perpendiculares ao mar, mas são muitos e variados os pára-vento e os pára-sois. A forma como todos se rebolam ao sol surpreenderia por certo alguém subitamente chegado do passado. E em especial os estreitos e decotados biquinis com que novas e velhas, casadas e solteiras, gordas e magras enfrentam a areia e as ondas do mar. E atéquem, não provocando com isso incómodo ou alvoroço, exiba os belos seios bem desnudos. Um escândalo que noutros tempos seria razão de pecado quando não mesmo de multa ou cadeia. Isto para não falar nos beijos e nos afagos com que alguns se tratam sem revelarem qualquer constrangimento. São livres, tanto no amor como no estacionamento.

Tudo mudou, tudo muda. Os hábitos e a moral. O que ontem era errado e escandaloso é hoje tão normal e comum quanto não sair da praia sem lavar os pés ou passar uma chuveirada de água doce pelo corpo.
Está tudo tão diferente, tão urbano. Há franceses, espanhóis, alemães, portugueses e ingleses. E atéhora de ponta no lava-pés.


Mas há dias em que, ao fim de tarde , a calma chega e o mar se amansa. Só então nada parece mudar. Pelo menos durante dois segundos. Dois breves e intensos segundos. Uma vida inteira!

BC

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