“Na arte, quando
forte e fina e superior,
a simplicidade
resulta sempre de um violento esforço.
Não se coordena
com clara inteligência uma concepção,
não se atinge uma
expressão fácil,
concisa e harmoniosa,
sem longas e tumultuárias lutas
em que
arquejam juntos,
espírito e vontade”.
Discrição do Cônsul Eça de Queiroz:
O
Conde de Arnoso falava da sua inesgotável bondade. Todos os seus amigos
testemunharam, antes e depois da sua morte, a grandeza do seu coração.
Xavier
de Carvalho revela-nos um aspecto interessante da sua caridade:
«Eça
de Queiroz era sobretudo duma extrema bondade. Ao Consulado vinham amiudadas
vezes alguns lusitanos boémios, sem eira nem beira, pedinchando… E Eça
dizia-lhes sempre:
«Irra!
Isso já chega a ser grande pouca vergonha! Ainda lhe dei há três ou quatro dias
uns dez francos, e Você volta de novo a reclamar, inventando historietas …
«E
depois mostrando-se irritado: – Não. É escusado. Não lhe dou nem um sou.
«Mas
… procurando a mão do pedinte, às escondidas, para que a gente o não
surpreendesse, dava-lhe ainda outros dez francos; e acrescentando:
«– Ora vá-se embora! Que o não torne a ver por cá. Procure trabalho, que isso
não é a vida …
«E
ficámos, depois, nós ambos a discutir filosoficamente a imoralidade da esmola,
com vagas teorias anarquistas contra a caridade e pregando a justiça integral que nos não avilta na caridade cristã.
(…)
Lopes d’Oliveira, Eça de Queiroz, vida e obra,…p. 315.
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