... a música tem esse quê de fascinante - ao mesmo tempo que é esculpidora de identidades culturais também é um instrumento que ajuda a esbater barreiras entre culturas diferentes, estabelecendo canais de comunicação que podem perdurar.Exemplo disso é o fenómeno que acontece frequentemente com o nosso Fado quando, além fronteiras, pessoas se emocionam profundamente sem perceber patavina do que cantamos. Ainda assim, a nossa música estabelece, com essas pessoas, uma ligação que, de algum modo, lhes cria uma imagem do Português enquanto povo.
Tudo isto a propósito do concerto que a MENTES CONVERGENTES nos proporcionou com as duas bandas suecas convidadas... Dificilmente terá havido alguém no público que entendesse alguma coisa de maior parte das músicas (excluindo os diálogos, em inglês...)... Mas isso não foi motivo para que a excelente moldura humana (que encheu o recinto em ambiente intimista) não estabelecesse, ao longo da noite, uma conexão com as bandas que estiveram em palco. A noite fechou ao som dos DJ da casa, com muita animação e muita juventude.
As MENTES CONVERGENTES estão a realizar um trabalho digno de nota - estão a convidar-nos a divergir naquilo que temos de divergir (no sentido da abrangência cultural, criando riqueza na diversidade...), convergindo nos esforços e na determinação de tornar as diferenças, principalmente as que existem entre nós, um ponto forte de atuação. Algo a que a sociedade devia estar atenta...
Continuação de boas férias! (ou trabalho, pois então!)
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