28 de junho de 2016

Escola Pública - Armando Humberto (Professor Universitário)

Escola Pública (*)



“os principais problemas da escola pública do estado (…) não se resolvem eliminando a concorrência”
Existe hoje um grande consenso sobre a importância do estado manter uma rede pública de escolas que garantam a todos o acesso a educação de qualidade. A questão que se tem vindo a colocar é se as escolas que fazem parte desta rede têm que ser obrigatoriamente do estado, ou não.

Esta é certamente uma questão que merece reflexão, e por motivos que procurarei explicar entendo que não só faz sentido como é importante que haja na rede pública escolas geridas por outras entidades que não o estado. Mas entendo também que as escolas da rede pública não podem ser um negócio, e por isso devem ser propriedade do estado ou de entidades privadas que não visam o lucro. Pois o que está em causa é um serviço público, que deve ser prestado a todos com qualidade e de forma indiscriminada. Dito isto, qual é então a razão pela qual faz sentido termos escolas geridas por outras entidades que não o estado na rede pública. Desde logo para garantirmos a diversidade. A rede pública de escolas é um sistema complexo que pode melhorar, estagnar ou até regredir. A existência de escolas com modelos de gestão diferente colocam no sistema uma pressão, uma concorrência, que se for salutar, contribui para a evolução do sistema como um todo. E não se minimize este aspeto. A escola pública do estado evoluiu muito nos últimos anos, não só em condições materiais, mas acima de tudo no seu funcionamento. Mas as escolas com contrato de associação continuam a ter a vantagem de poderem constituir e manter um corpo docente estável. A verdade é que na maioria das escolas públicas do estado a precaridade do seu corpo docente, com constantes mudanças de escola, com constantes incertezas, com viagem diárias de muitas horas, origina um desgaste enorme nos professores. E este é hoje um dos principais problemas da escola pública do estado, que não se resolve eliminando a concorrência.
Mas há a questão demográfica que não podemos ignorar, e que no imediato obriga os políticos a agirem com bom senso e a perceberem o que é que está envolvido em cada caso. Desde logo a perceberem qual é o projeto educativo de cada município, a importância de cada instituição neste projeto educativo, a perceberem qual é a história que está por de trás de cada instituição, qual é o sentir de cada comunidade e também qual o impacto da escola no próprio desenvolvimento de cada concelho. Olhemos para o caso de município de Oliveira do Bairro, hoje constituído por 4 freguesias, que num passado recente eram 6. Temos duas freguesias, Oliveira do Bairro e Oiã, que fruto de melhores acessibilidades, se industrializaram mais, tendo as outras permanecido mais rurais. O IPSB surge em Bustos, na década de 1960, para responder às necessidades da população local e evoluiu ao longo dos anos, essencialmente com investimento público e com o envolvimento da comunidade. É hoje um pólo de atração da zona poente do nosso Concelho, trazendo movimento e ajudando a fixar pessoas. Ao querer retirar-se, na secretaria, o IPSB da rede de escolas públicas, está a destruir-se um projeto de sucesso, com alunos, acarinhado pelas populações, e que prestou um enorme serviço durante décadas às nossas populações. Mas está também a amputar-se um projeto educativo Concelhio alicerçado nas escolas do agrupamento, e no IPSB. 

Um projeto que até pela distribuição geográfica das escolas, dá coesão ao nosso Concelho. Será que todos os alunos que sairão do IPSB irão para o agrupamento? Muitos irão para Aveiro, Anadia, e Vagos, contribuindo para uma desagregação cada vez maior do nosso Concelho e para um sentimento de um certo abandono que progressivamente se vai instalando na União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa, que tem vindo a perder vários serviços de proximidade, e corre o sério risco de perder mais um, a sua Escola. Já não vou aqui falar do facto do IPSB ser um dos maiores empregadores e dinamizadores da freguesia, e de haver o sério risco de se estar também a criar um problema social muito grave. Será que tudo isto foi equacionado? Será que alguém com bom senso e conhecimento da realidade acredita que aquilo que se vai ganhar é mais do que aquilo que se vai destruir?
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(*) Artigo editado no Jornal da Bairrada, 16.06.2016. p6

27 de junho de 2016

Dr. ASSIS FRANCISCO REI FALECEU. ..FUNERAL Hoje, DIA 27, pelas 18H00 em Bustos na Casa Mortuária.

dr. assis francisco rei
faleceu

O Funeral realiza-se hoje (segunda-feira), dia 27 de junho’2016, pelas 18H00, na Casa Mortuária, junto à Igreja de Bustos.
O féretro seguirá para o Cemitério de Bustos.

Uma solicitação: “Era vontade [do Dr. Assis Rei] que no seu funeral as pessoas, se assim o desejassem, oferecessem um donativo a uma instituição, em vez de  um ramo de flores”.
Funeral Dr. Assis Francisco Rei
 Os nossos sentidos pêsames  a seus Filhos: Adília Maria da Silva Rei Costa, Norberto Assis da Silva Rei e Margarida Rosa da Silva Rei, Nora, Genros e demais Família.