
Na noite de abertura (a feira
inaugura na sexta feira pelas 18 horas) a recriação histórica proposta pelo Vivarte
tomará conta do recinto por volta das 23h00, altura em que os Malabares de Fogo
ajudarão a evocar a maior amotinação popular que alguma vez aconteceu em
Bustos.
Na obra “A “Guerra Religiosa” na
Primeira República” (edição do Centro de Estudos de História Religiosa da
Universidade Católica, Lisboa 2010) a historiadora, Maria Lúcia de Brito Moura,
referindo a amotinação do povo de Bustos assinala: “ Nos inícios de 1913 houve
conflitos por ocasião do arrolamento da capela de a S. Lourenço, em Mamarrosa,
no concelho de Oliveira do Bairro. A população não revelou qualquer hostilidade
em relação ao regime instituído em 1910. Pelo contrário ouviram-se vivas à
República e à liberdade e duas mulheres empunhavam bandeiras nacionais”.
Mesmo sem conhecer a realidade
local a historiadora alvitra: ”Talvez este comportamento encontre explicação no
desejo de evitar que fossem confundidas as lutas pelos direitos à posse da
capela com questões políticas que, para os contestatários, seriam secundárias.”
E tinha razão. Não só para os populares a questão política era secundária como
na verdade estavam a ser vítimas de uma mentira. Foi no entanto por razões da
política que António Duarte Sereno, Visconde de Bustos, lançara o boato de que
os da Mamarrosa vinham confiscar o santo e alfaias da capela de S. Lourenço,. como
relata Belino Costa no texto que publicaremos amanhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário